Projetos e leis que têm beneficiado milhares de alagoanos, futuro político e muitos outros assuntos foram abordados pela deputada estadual Cibele Moura (MDB) na noite dessa segunda-feira (10), em uma entrevista franca ao jornalista Wyderlan Araújo, no Canhão PodCast, na qual a parlamentar, que está em seu segundo mandato, revelou que disputará a reeleição em 2026, defendeu a candidatura do ministro Renan Filho ao Governo e contou que seu maior objetivo este ano, na Assembleia Legislativa, é aprovar o Código de Defesa do Autista.

No primeiro bloco, Cibele falou um pouco sobre seus seis anos de mandato na ALE, do quanto amadureceu politicamente desde que entrou na Casa como a deputada mais jovem do país, aos 21 anos, e disse acreditar que, hoje, conseguiu provar a que veio e que não era “apenas uma menina sem ideias próprias”.

“Alagoas já entendeu como é meu perfil. Todos os dias vou à ALE com a mesma missão, o mesmo desejo de trabalhar do primeiro dia. O alagoano pode esperar muita vontade, vigor de aprovar o que é pelo bem do alagoano. Tem várias leis que precisam ser aprovadas, como o Código de Defesa do Autista Alagoano, que é uma prioridade. Vai demandar muita conversa, mas é meu grande objetivo deste ano”, contou.

Ela também confirmou que será candidata à reeleição em 2026, decisão tomada em grupo. Ao afirmar que ainda há muitos temas que quer trabalhar na Assembleia Legislativa, Cibele elogiou o presidente da Casa, deputado Marcelo Victor: “Um homem que honra a palavra, que discute a política de igual para igual com qualquer deputado. Dá para confiar e dá para fazer política junto a ele”.


Defesa da Educação

Sobre a educação, uma de suas principais bandeiras, Cibele lembrou que, desde que assumiu a cadeira no Parlamento Alagoano, defende o tema, com ações concretas, a exemplo do projeto Rota da Educação, no qual visitou dezenas de escolas em Alagoas e, após dois anos, entregou à Secretaria Estadual de Educação um diagnóstico completo das necessidades da rede: “Dizer que defende a educação, todos dizem. Fazer pela educação, poucos fazem”.

Ela explicou ainda sobre a lei, de sua autoria, que estabelece o Critério Regional para o ingresso de estudantes alagoanos nas universidades públicas estaduais. Agora neste mês de fevereiro a lei garantiu o ingresso recorde de estudantes alagoanos nos cursos superiores ofertados pela Uncisal.

Mudança de partido e cotação para prefeita

Em relação a mudança do PSDB para o MDB, em 2022, a deputada estadual elogiou a liberdade que tem no atual partido. “Fiz questão de ir pra um partido que respeitasse minha opinião e o MDB faz isso, pois lá tem pessoas de vários aspectos políticos. O PSDB, naquele momento, não me queria na chapa de deputada estadual. Respeito o PSDB, é um partido que foi muito grande, mas, talvez por esse tipo de decisão, de tirar nomes do seu quadro político, está se acabando em nível nacional”.

Ela prosseguiu afirmando ser defensora da liberdade econômica e pessoal, uma liberal, na essência real e positiva da palavra: “Defendo que as pessoas casem com quem quiserem, que façam o que quiserem das suas vidas, e que paguem menos impostos. Considero-me muito longe dos extremos, entendo e respeito o diálogo político”.

Quando o jornalista perguntou sobre o fato de o nome dela ter sido ventilado como possível candidata a prefeita de Maceió, ou a vice-prefeita na chapa de Rafael Brito, Cibele disse que foi pega de surpresa: “Levei um susto, porque vi pela imprensa. Já tinha até pesquisa, fiquei surpresa por meu nome ter sido reconhecido, mas em nenhum momento houve conversas além disso. Amo Maceió e estarei sempre à disposição, seja para discutir a cidade ou uma eventual candidatura. Candidatura não é um ato unilateral, tem que ser de grupo, de consenso e de desejo da população”.

Pix, polarização e Renan Filho governador

Na segunda parte do programa, quando Wyderlan Araújo questionou sobre alguns assuntos referentes a parlamentar que foram destaque na imprensa local, a deputada discorreu sobre a lei que garante prioridade no acesso de mulheres vítimas de violência doméstica a cirurgias reparadoras. A legislação é uma, entre várias de autoria de Cibele, em defesa das mulheres.

Entre outros pontos, ela falou também sobre seu posicionamento acerca do monitoramento do PIX, quando disse que, em toda a polêmica, o governo federal só acertou em uma coisa: revogar a decisão.

“O Pix é uma unanimidade. Podia até ser apenas uma normativa, mas essa é a explicação do mesmo governo que disse que a blusa da Shein não seria taxada, e foi. A população sempre espera o pior do governo, independente de posição ideológica, porque está acostumada ao pior. O governo errou ao mexer em algo que funciona e serve ao brasileiro, e que é elogiado internacionalmente. Politicamente, foi um tiro no pé”.

Perguntada sobre o cenário nacional em 2026, ela foi enfática: “Torço muito que em 2026 não vá nem Lula, nem Bolsonaro. Acho que o Brasil tem solução numa terceira via, fora dessa briga ideológica. Há problemas que precisam ser discutidos e que não dão like na internet. Enquanto estivermos discutindo essas duas pessoas, estaremos discutindo pessoas, e não os problemas do Brasil”.

Em termos locais, Cibele defendeu o retorno do ministro Renan Filho ao Governo de Alagoas. “É um político extremamente preparado e os números que ele entregou o credenciam a disputar qualquer cargo, os números o qualificam para qualquer disputa. Eu defendo Renan Filho para governador de Alagoas. Ele tem muito a contribuir novamente à frente do Executivo”.

Canhão

No último quadro do programa, o Pavio Aceso, a deputada mirou o canhão para o ator José de Abreu, com quem já discutiu algumas vezes no Twitter, e para a prefeita da Barra de Santo Antônio, Lívia Karla. “Ela é uma prefeita desastrosa. É enganadora, mentirosa e não faz o que deveria fazer: cuidar das pessoas, já que há descaso com a educação, com a saúde… A Polícia Federal já bateu à porta dela e eu ficaria muito surpresa se ela terminar o mandato. Enquanto ela tiver na gestão, o Ministério Público terá muito trabalho”.

Ela livrou do canhão os deputados federais Fábio Costa e Alfredo Gaspar, com quem afirmou ter uma relação tranquila, embora em campos políticos opostos, e livrou também o prefeito de Maceió, JHC, a quem disse respeitar. “Por mais que sejamos de campos políticos opostos, acho que é bom para a política alagoana ter mais de um grupo”, ressaltou.

Cibele finalizou a entrevista agradecendo o espaço e a audiência e reafirmando que seguirá trabalhando pelos alagoanos, com respeito e independência: “Meu trabalho é defender ideias, por mais polêmicas que sejam”.