Acidentes

AL tem taxa de mortalidade no trânsito acima da média nacional, mostra Atlas da Violência

Dados do Atlas da Violência 2025 foram divulgados nesta segunda-feira (12)

Por 7Segundos 12/05/2025 17h05 - Atualizado em 12/05/2025 18h06
AL tem taxa de mortalidade no trânsito acima da média nacional, mostra Atlas da Violência
Colisão frontal entre carro e moto - Foto: Reprodução

Alagoas ocupa uma posição alarmante no contexto nacional da violência no trânsito. Segundo o Atlas da Violência 2025, divulgado nesta segunda-feira (12), o estado registrou, em 2023, uma taxa de mortalidade no trânsito superior à média nacional. Esta edição do estudo é a primeira a incluir uma seção dedicada exclusivamente à violência no transporte.

De acordo com os dados, Alagoas teve 18,7 mortes a cada 100 mil habitantes por acidentes de trânsito em 2023, número superior à média nacional, que foi de 16,2. Especificamente nos acidentes envolvendo motocicletas, a taxa em Alagoas foi de 10,9 mortes por 100 mil habitantes, também acima da média nacional, de 6,3.

O pesquisador Carlos Henrique Carvalho, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), atribui o aumento ao crescimento da frota de motocicletas em estados mais pobres, como os do Norte e Nordeste. “A frota de moto vem aumentando muito, já que é um veículo mais acessível, de custo operacional baixo”, destacou.

A facilidade de aquisição e a expansão do uso profissional — como em serviços de entrega e transporte de passageiros — explicam parte da popularização. No entanto, o especialista alerta que a motocicleta é o veículo mais vulnerável do trânsito. 

“Não oferece nenhuma proteção ao usuário. Quando há algum tipo de sinistro ou queda, a probabilidade de ocorrer algo grave ou óbito é muito grande", afirma Carvalho.

A alta nas mortes ocorre no momento em que várias cidades discutem a regulamentação do transporte de passageiros por motocicleta. Carvalho defende que a discussão sobre esse tipo de transporte seja feita à luz dos dados de mortalidade. Segundo o pesquisador, no Brasil, em 2000, apenas 15% das mortes no trânsito eram de motociclistas. Em 2010, esse número subiu para quase 35%. Hoje, passa dos 38%.