Segurança

Antropologia Forense ganha destaque em caso de identificação humana em Alagoas

Métodos antropológicos e análise de características particulares foram cruciais para identificar desaparecido

Por 7segundos com assessoria 25/05/2025 17h05
Antropologia Forense ganha destaque em caso de identificação humana em Alagoas
Corpo de desaparecido que estava no IML foi identificado pela Antropologia Forense - Foto: Ascom Polícia Científica

A identificação de um corpo no Instituto Médico Legal (IML) Estácio de Lima, em Alagoas, evidenciou a importância crescente da Antropologia Forense como uma ferramenta na solução de casos de desaparecimento. O indivíduo em questão, registrado no Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (PLID), havia sido visto pela última vez em 12 de maio de 2025 e deu entrada no IML no dia 22 do mesmo mês, após o corpo ser encontrado na lagoa Mundaú, em Maceió.

A primeira tentativa de identificação por impressões digitais ficou prejudicada, o que levou a equipe do IML a recorrer a outros métodos. De acordo com a perita odontolegista Isabella Lemos, o cadáver apresentava uma grande quantidade de tatuagens com alto nível de detalhamento, muitas das quais estavam surpreendentemente bem preservadas, fator que teve papel crucial na investigação.

Foi, então, feito um exame odontológico, onde se observou a presença de restaurações com material amorfo. Apesar de os familiares terem fornecido uma ficha odontológica com registros anteriores, o odontograma não estava preenchido, o que impossibilitou uma confirmação definitiva apenas por esse meio, ainda que coincidências entre os achados antes e após a morte tenham sido registradas.

Diante disso, foram solicitadas à família fotografias do sorriso e das tatuagens do desaparecido em vida. A análise comparativa entre essas imagens e o corpo revelou fortes coincidências, tanto qualitativas quanto quantitativas. Com base nesse conjunto de evidências secundárias e antropológicas, a perita odontolegista foi capaz de identificar o corpo como sendo pertencente a Diego Rodrigues da Silva.

O caso reforça a importância da Antropologia Forense na elucidação de desaparecimentos. Embora ainda seja classificada pela Interpol como método secundário de identificação humana, a crescente sofisticação das técnicas utilizadas e sua eficácia em situações em que os métodos primários não prosperam vêm alimentando um debate necessário sobre seu real valor científico e jurídico.

Casos como este demonstram como a Antropologia Forense pode não apenas acelerar processos investigativos, mas também oferecer às famílias a possibilidade de encerramento, permitindo que exerçam plenamente seu direito à verdade e ao luto.