Política

Lobão reivindica ‘paternidade’ da lei que permite o uso da cannabis medicinal em AL

Ronaldo Medeiros disse que a lei é de sua autoria, mas o ex-deputado contesta a fala do petista

Por Felipe Ferreira 04/07/2025 13h01 - Atualizado em 04/07/2025 14h02
Lobão reivindica ‘paternidade’ da lei que permite o uso da cannabis medicinal em AL
Ex-deputado estadual, Lobão - Foto: Reprodução/Vídeo

A autoria da lei que permite o uso da cannabis medicinal pelo SUS em Alagoas, regulamentada nesta semana pelo governador Paulo Dantas (MDB), gerou um mal-estar entre o ex-deputado Lobão (MDB) e o deputado estadual Ronaldo Medeiros (PT).

Após uma publicação feita pelo petista, comemorando a regulamentação e assumindo a autoria da lei, Lobão veio a público, através de um vídeo em seu perfil no Instagram, reivindicar a paternidade da matéria.

“A lei de minha autoria foi regulamentada pelo governador Paulo Dantas. Só queria a oportunidade de esclarecer que o deputado Ronaldo Medeiros cita, em sua publicação, que a lei é dele e que me colocou. Está tudo errado. Isso aí não existe”, disse o ex-parlamentar.

Lobão disse que ele, na verdade, convidou o petista para subscrever o então projeto de lei. “Convidei o deputado Ronaldo Medeiros para subscrever. Essa é a verdade. Aqui não é o DNA do Programa do Ratinho, mas essa paternidade é do Lobão. Tem um ‘L’ aí no DNA. Tenho vários projetos copiados, mas esse eu faço questão de defender essa paternidade”, declarou.

Tratado como personagem “folclórico” na política alagoana, Lobão revelou que a autoria do projeto da cannabis medicinal custou sua paz e que as pessoas o tratavam diferente nas ruas.

“Me custou a paz, fui incompreendido, nas ruas as pessoas me viam diferente, e ninguém entendia que o que eu estava defendendo lá atrás era para aliviar a dor do povo agora, em 2025”, afirmou.

Regulamentação da lei


De acordo com o decreto publicado na última terça-feira (1), os pacientes que tiverem prescrição médica para uso de cannabis medicinal poderão solicitar o fornecimento gratuito dos produtos por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). Para isso, será necessário apresentar receita médica, laudo que comprove o diagnóstico da doença e documentos pessoais do paciente e do responsável legal, quando for o caso.

O decreto prevê que a Sesau elabore um protocolo clínico para orientar os profissionais de saúde quanto às indicações terapêuticas do uso da cannabis medicinal. A regulação ainda inclui ações educativas e de conscientização sobre os benefícios e riscos do tratamento.