Acidentes

[Vídeo] Ônibus que caiu na Serra da Barriga não sofreu falhas mecânicas

Segundo a perícia, o motorista do veículo, Luciano de Queiroz Araújo, de 47 anos, que também morreu no acidente, teria causado a tragédia

Por 7Segundos 18/07/2025 12h12 - Atualizado em 18/07/2025 16h04
[Vídeo] Ônibus que caiu na Serra da Barriga não sofreu falhas mecânicas
Ônibus foi retirado da Serra da Barriga para passar por perícia - Foto: Cortesia ICM

O Instituto de Criminalística de Maceió descartou falhas mecânicas no acidente em que um ônibus de turismo despencou da Serra da Barriga, deixando 20 pessoas mortas e dezenas de feridos. O acidente ocorreu em novembro do ano passado, mas o resultado da perícia só foi apresentado nesta sexta-feira (18). O veículo ficou seis meses no local íngreme onde ocorreu o acidente, até ser guinchado e, enfim, submetido à análise técnica.

O Instituto de Criminalística avaliou os sistemas de freio, sistema de ar e todas as peças mecânicas relevantes do ônibus. A análise concluiu que os seis pneus estavam novos e nenhum defeito mecânico foi identificado. Durante coletiva de imprensa hoje, peritos e integrantes da Polícia Civil apontam falha humana como possível causa do acidente.

Com a hipótese de falha mecânica descartada, assim como questões relacionadas à morfologia da pista ou fatores ambientais, os peritos indicaram que o fator humano é a única causa restante para explicar o acidente.

De acordo com o laudo, o freio de estacionamento do ônibus foi acionado após o início do movimento de descida. Isso significa que as rodas travaram, mas continuaram deslizando. Os investigadores não encontraram o motor de partida no local do acidente, mas a ausência da peça não foi apontada como determinante.

Agora, restam duas possibilidades sob análise: uma falha humana não intencional — como imperícia — ou uma ação deliberada do condutor, hipótese que ainda está sendo investigada pela Polícia Civil.

Segundo os peritos, o veículo estava há mais de 150 metros abaixo do ponto de queda e foi necessário um processo de içamento extremamente complexo para que ele fosse removido em segurança. A equipe explicou que o local era de difícil acesso, com risco elevado para os profissionais, o que inviabilizou a realização da perícia no local do acidente.

“Foi preciso seccionar o ônibus em duas partes para facilitar o transporte e a análise das peças, o que, na verdade, até favoreceu a inspeção de alguns componentes”, relataram os peritos criminais.

O caso segue em andamento para conclusão das investigações.