Meio ambiente

[Vídeo] Pinguim que 'se perdeu' na Praia do Gunga é transferido para aquário em João Pessoa

O animal vinha sendo acompanhado pelo Instituto Biota de Conservação e apresentou boa resposta à reabilitação

Por Wanessa Santos 06/08/2025 09h09 - Atualizado em 06/08/2025 10h10
[Vídeo] Pinguim que 'se perdeu' na Praia do Gunga é transferido para aquário em João Pessoa
Pinguim-de-magalhães, encontrado encalhado no último dia 26, na Praia do Gunga, será transferido para Aquário na Paraíba - Foto: Instituto Biota de Conservação

O pinguim-de-magalhães resgatado no último dia 26 de julho, após encalhar nas areias da Praia do Gunga, no município de Roteiro, em Alagoas, foi transferido na manhã desta quarta-feira (6) para um aquário localizado em João Pessoa, na Paraíba. O animal vinha sendo acompanhado pelo Instituto Biota de Conservação e apresentou boa resposta à reabilitação. A transferência está sendo realizada pelo IBAMA/AL.

De acordo com o IBAMA, o aquário de João Pessoa possui estrutura adequada para dar continuidade ao processo de reabilitação de pinguins, com foco na futura reintrodução ao habitat natural. A perspectiva de soltura dependerá da avaliação dos técnicos responsáveis pela nova fase do tratamento.

Imagens divulgadas pelo Instituto Biota mostram o animal ativo e se alimentando bem, durante o que foi considerado sua última refeição em solo alagoano antes do deslocamento. Desde o resgate, o pinguim estava sob observação e recebendo cuidados clínicos no Centro de Reabilitação de Animais Marinhos mantido pela instituição.


O aparecimento do pinguim no litoral sul alagoano, embora chame atenção, não é inédito. Casos semelhantes já foram registrados em anos anteriores em praias como Coruripe, Jatiúca, Maragogi e Barra de Santo Antônio. Segundo o biólogo Carlos Fernando, da Unidade de Vigilância em Zoonoses, esse tipo de ocorrência está relacionado ao comportamento migratório da espécie. “Durante o inverno, alguns pinguins mais jovens se afastam das rotas habituais ao seguirem correntes marinhas em busca de alimento e acabam encalhando em locais distantes, como o litoral do Nordeste”, explicou.

O biólogo destacou ainda que, nesses casos, os animais geralmente chegam debilitados e desnutridos, necessitando de reabilitação antes de qualquer tentativa de soltura. Ele reforça que, por se tratar de uma ave migratória, o contato direto com o animal deve ser evitado, principalmente pelo risco de transmissão de doenças como a gripe aviária. A recomendação é acionar imediatamente equipes especializadas, como o Instituto Biota, que conta com profissionais treinados para o manejo adequado da espécie.

Ainda não há definição sobre o tempo de permanência do pinguim no aquário paraibano ou se ele será, de fato, devolvido à natureza. A decisão caberá às equipes técnicas que assumirão o monitoramento a partir desta etapa.