Relatório dos EUA cita morte pela PM de SP em crítica ao Brasil
O Governo dos Estados Unidos menciona a primeira morte da chamada Operação Escudo, realizada pela PM na Baixada Santista, em julho de 2023

O Departamento de Estado dos Estados Unidos divulgou relatório em que aponta declínio nos direitos humanos no Brasil. O texto usa como exemplo uma morte em decorrência de ação de policiais militares (PMs) de São Paulo, ocorrida durante a Operação Escudo, em julho de 2023, na Baixada Santista, litoral paulista.
O documento, divulgado nesta terça-feira (12), cita a primeira morte na ação policial, do morador Fábio Oliveira Ferreira. As autoridades norte-americanas mencionam as Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e dizem que o capitão Marcos Correa de Moraes Veradiano, um dos coordenadores da operação, é acusado de ter disparado três tiros no homem depois estar rendido.
O cabo Ivan Pereira da Silva, também do grupo de elite da PM de São Paulo, é citado. O relatório aponta que o agente atirou duas vezes no peito de Fabio Oliveira Ferreira, de 40 anos, enquanto a vítima estava no chão.
Fabio foi morto na rua Albino Marques Nabeto, em Vicente de Carvalho no Guarujá. De acordo com os policiais, ele estava “com volume na cintura e em atitude suspeita”. O homem teria tentado sacar uma arma.
Posteriormente, o documento faz questão de dizer que os dois policias viraram réus, mas foram absolvidos pela Justiça de São Paulo. A decisão foi questionada pelo Ministério Público do estado (MPSP) e o apelo deverá ser decidido ainda neste ano.
Outras investigações
Também no relatório, os Estados Unidos citam a investigação a respeito de um grupo de policiais militares de Roraima, suspeitos de integrarem uma milícia e um grupo de extermínio.
Mais de 100 agentes são investigados e o documento ainda diz que os policiais são acusados de fornecer segurança armada a mineradores ilegais, roubando e torturando invasores.
O documento chega a citar o assassinato da vereadora e ativista Marielle Franco, além da morte do motorista dela, Anderson Gomes.
As autoridades estadunidenses citam as prisões de Chiquinho e Domingos Brazão, a prisão de Rivaldo Barbosa, chefe da Polícia do Rio de Janeiro na época dos fatos e a condenação de dois ex-policiais.
Críticas ao Brasil
No relatório anual sobre a práticas de direitos humanos ao redor do mundo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, foi citado e acusado de promover censura a defensores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por meio de decisões judiciais.
Em outro trecho, a administração norte-americana acusa o governo Lula de minar o “debate democrático ao restringir o acesso a conteúdo on-line” que pudesse “minar a democracia”. Além disso, os EUA afirmam que o Brasil suprimiu manifestações políticas desfavoráveis, classificando-as como “discurso de ódio”.
Como exemplos das supostas ações de Mores contra aliados de Bolsonaro, o relatório cita a recente guerra judicial entre o Brasil e a plataforma X, do bilionário Elon Musk.
“Os autos do tribunal revelam que o Ministro Alexandre de Moraes ordenou pessoalmente a suspensão de mais de 100 perfis de usuários na plataforma de mídia social X (antigo Twitter), suprimindo desproporcionalmente o discurso de defensores do ex-presidente Jair Bolsonaro em vez de tomar medidas mais rigorosas para penalizar conteúdo que incitasse ação ilegal iminente ou assédio”, diz um trecho do documento.
Na época, o X chegou a ficar suspenso no Brasil por mais de um mês, após a empresa de Elon Musk se recusar a cumprir ordens judiciais brasileiras, como a indicação de um representante legal da plataforma no país.
Ofensiva contra o Brasil e Moraes
O relatório do Departamento de Estado dos EUA surge em meio a ofensiva do governo de Donald Trump contra o Brasil e o ministro Alexandre de Moraes.
A principal motivação das críticas e ações concretas do governo norte-americano é o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-capitão do Exército, que governou o Brasil entre 2018 e 2021, é acusado de liderar uma organização criminosa que tentou realizar um golpe de Estado em 2022 para não sair do poder.
Para Trump, porém, Bolsonaro é inocente e vítima de perseguição por parte da Justiça brasileira. Na tentativa de interferir no processo, e interromper o julgado do ex-presidente, Trump anunciou uma tarifa de 50% contra os produtos do Brasil, e também sancionou Moraes com base na Lei Magnitsky.
Últimas notícias

Ex-reeducando é morto a tiros em loteamento de Arapiraca

Polícia Militar frustra ação criminosa e apreende armas e drogas em Porto Real do Colégio

Criança de 2 anos morre por meningite em Maceió; Alagoas registra 8ª morte pela doença em 2025

Alfredo Gaspar é confirmado como membro titular da Comissão Especial da PEC da Segurança Pública

Relatório dos EUA cita morte pela PM de SP em crítica ao Brasil

Em Arapiraca, ação da Sefaz retém mercadorias avaliadas em mais de R$ 1 milhão em show privado
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
