Ingrediente usado em salgadinhos deixa ratos com pele ‘transparente’; entenda
Corante tartrazina permite visualizar órgãos e vasos sanguíneos de camundongos sem procedimentos invasivos, indica estudo

Um corante comum em salgadinhos está ajudando cientistas a tornar a pele de camundongos temporariamente transparente. A ideia é que isso ajude pesquisadores a observar órgãos, vasos sanguíneos e músculos desses animais vivos sem a necessidade de cirurgias.
O ingrediente por trás dessa descoberta é a tartrazina, um aditivo alimentar amarelo-alaranjado. Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, detalharam a inovação em um estudo publicado na revista Science.
Como os cientistas descobriram isso?
A tartrazina, também presente em medicamentos e cosméticos, foi aplicada na pele dos camundongos em uma solução diluída com água. Após cerca de cinco minutos, câmeras configuradas para captar luz vermelha ou infravermelha próxima conseguiram visualizar estruturas internas dos animais.
Segundo os pesquisadores, a aplicação do corante permitiu aos cientistas observar o movimento do intestino, vasos sanguíneos no crânio e fibras musculares nas patas traseiras dos camundongos.
Após a lavagem do corante, a pele dos roedores voltou ao estado opaco, e o material foi eliminado pela urina sem causar efeitos tóxicos aos animais, de acordo com a pesquisa.
O método funciona porque a tartrazina altera o índice de refração da água nos tecidos, aproximando-o do índice dos lipídios (gorduras), que varia entre 1,45 e 1,48, enquanto o da água é cerca de 1,33.
Essa diferença normalmente causa dispersão da luz, tornando os tecidos opacos. Ao absorver luz azul e quase ultravioleta, o corante reduz essa dispersão, permitindo que a luz penetre mais profundamente e produza imagens claras.
“É como um truque de mágica para quem não conhece a física por trás disso”, explicou Zihao Ou, principal autor do estudo e professor assistente de física na Universidade do Texas em Dallas, nos EUA.
Zihao acrescentou que o corante é biocompatível, seguro para organismos vivos, barato e eficiente.
Sem intervenções invasivas
Os testes começaram com géis e fatias de tecido, como frango cru, que se tornaram transparentes ao serem mergulhados na solução de tartrazina.
Em camundongos vivos, a técnica permitiu observar dinâmicas biológicas, como o fluxo sanguíneo e o movimento de órgãos, sem intervenções invasivas. Diferentemente de métodos tradicionais, que desidratam ou alteram quimicamente tecidos mortos, esse processo preserva a funcionalidade dos tecidos vivos.
A descoberta abre portas para avanços na pesquisa biológica. Cientistas podem estudar sistemas vivos com menos procedimentos invasivos, monitorando, por exemplo, a coordenação de nervos e músculos ou testando novas ferramentas de imagem.
“Equipamentos ópticos, como microscópios, não conseguem atravessar tecidos vivos. Tornar o tecido transparente permite observar dinâmicas detalhadas, revolucionando a pesquisa óptica em biologia”, disse Ou.
Embora a técnica tenha sido testada apenas em camundongos, os pesquisadores veem potencial para aplicações futuras em humanos. Se comprovada como segura, a tartrazina ou outros corantes semelhantes poderiam facilitar diagnósticos médicos, como a identificação de condições sob a pele ou a inserção de cateteres, sem cirurgias.
O estudo acrescenta que a tartrazina usada nos experimentos é mais concentrada do que aquela encontrada em salgadinhos, então consumir esses alimentos não tornará a pele transparente.
Perguntas e Respostas
Qual é o corante utilizado para tornar a pele dos camundongos temporariamente transparente?
O corante utilizado é a tartrazina, um aditivo alimentar amarelo-alaranjado comum em salgadinhos.
Qual é o objetivo da pesquisa que utiliza a tartrazina?
O objetivo é permitir que pesquisadores observem órgãos, vasos sanguíneos e músculos de camundongos vivos sem a necessidade de cirurgias.
Como a tartrazina é aplicada nos camundongos?
A tartrazina é aplicada na pele dos camundongos em uma solução diluída com água. Após cerca de cinco minutos, câmeras configuradas para captar luz vermelha ou infravermelha conseguem visualizar as estruturas internas dos animais.
Quais estruturas internas dos camundongos podem ser observadas com essa técnica?
Os pesquisadores conseguiram observar o movimento do intestino, vasos sanguíneos no crânio e fibras musculares nas patas traseiras dos camundongos.
O que acontece com a pele dos camundongos após a aplicação do corante?
Após a lavagem do corante, a pele dos roedores volta ao estado opaco e o material é eliminado pela urina, sem causar efeitos tóxicos aos animais.
Como a tartrazina altera a visualização dos tecidos?
A tartrazina altera o índice de refração da água nos tecidos, aproximando-o do índice dos lipídios, o que reduz a dispersão da luz e permite que a luz penetre mais profundamente, produzindo imagens claras.
Qual é a opinião do principal autor do estudo sobre a técnica?
Zihao Ou, principal autor do estudo, descreve a técnica como um "truque de mágica" e destaca que o corante é biocompatível, seguro, barato e eficiente.
Quais foram os testes realizados antes de aplicar a técnica em camundongos vivos?
Os testes iniciais foram realizados com géis e fatias de tecido, como frango cru, que se tornaram transparentes ao serem mergulhados na solução de tartrazina.
Quais são as implicações futuras dessa descoberta para a pesquisa biológica?
A descoberta pode permitir o estudo de sistemas vivos com menos procedimentos invasivos, possibilitando a observação de dinâmicas biológicas, como o fluxo sanguíneo e o movimento de órgãos.
A técnica já foi testada em humanos?
A técnica foi testada apenas em camundongos, mas os pesquisadores veem potencial para aplicações futuras em humanos, como diagnósticos médicos sem cirurgias.
A tartrazina utilizada nos experimentos é a mesma encontrada em salgadinhos?
Não, a tartrazina usada nos experimentos é mais concentrada do que a encontrada em salgadinhos, portanto, consumir esses alimentos não tornará a pele transparente.
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