Documentário Apolo mostra gestação trans e desafios no SUS
Apolo, que estreou no Festival de Cinema do Rio, é dirigido por Tainá Müller e conta a história da família da atriz Isis Broken

Quando Lourenzo Duvale descobriu que estava grávido, precisou lidar com o preconceito presente no próprio sistema de saúde. Para garantir atendimento digno, ele e a atriz Isis Broken deixaram Sergipe e se mudaram para São Paulo. A trajetória do casal, da gestação ao nascimento do filho Apolo, é registrada no documentário batizado com o nome do filho, que mostra os desafios das famílias trans no Brasil.
A produção, premiada este mês no Festival do Rio, revela os desafios de uma família que precisou se deslocar para ser respeitada e acolhida e transformou a mudança em símbolo da luta por visibilidade e direitos.
O projeto surgiu a partir de desabafos do casal nas redes sociais. O relato viralizou e chamou a atenção da atriz Tainá Müller, que decidiu ajudar. Ela acompanhou a vinda do casal a São Paulo e começou a registrar toda a trajetória da gestação.
Em entrevista ao Metrópoles, Isis afirmou que revisitar essas lembranças diante das câmeras foi um processo intenso e transformador. “Poder contar a história da minha família é levar ao público um debate potente sobre a importância dessa pauta. Apesar de todas as dificuldades e desafios, o que nos guiou do início ao fim foi o amor”, diz a atriz, que celebra as duas premiações conquistadas no Festival do Rio: Melhor Longa-Metragem Documentário e Melhor Trilha Sonora Original.
O filme não se limita à dimensão íntima da história. Ele também escancara as falhas do sistema de saúde e a necessidade de capacitação das equipes para lidar com diferentes identidades de gênero. “Era a vida de um bebê em jogo, e o sistema de saúde precisa estar apto a receber qualquer pessoa gestante com o respeito e cuidado que ela merece”, diz Tainá Müller.
Tainá conta que o que mais a comoveu na história foi o desamparo vivido por Lourenzo durante a gravidez. “Ver uma pessoa gestante sem conseguir fazer o pré-natal por sua identidade de gênero me indignou. A partir dali, entendi que essa história precisava ser contada com urgência”, explica.
A atriz também destaca o aprendizado que o processo de filmagem a proporcionou: “Foi um mergulho em um mundo novo. Por mais que eu já tivesse estudado o tema, conviver com as complexidades dessa vivência me abriu novos horizontes de pensamento. No fim, percebi que a experiência da gestação, com seus medos e transformações, nos conecta a todos”.
Segundo Tainá, o público reagiu ao documentário com emoção e empatia. Ela conta que estava nervosa por se tratar de um tema inédito e sensível, mas ver as pessoas se sentindo tocadas mostrou que valeu a pena.
Hoje, três anos após o nascimento de Apolo, Isis se emociona ao ver o filho assistindo à própria história. “Foi lindo ver elu se reconhecendo ali, sentindo o amor contido em cada cena. Mesmo tão pequeno, Apolo já entende, de alguma forma, a importância da nossa trajetória. Seguimos na luta por respeito e igualdade, mas com a certeza de que o amor é o que mais importa”, diz.
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