Câmara homenageia Pai Marcos por liderança religiosa e trabalho social em Maceió
Babalorixá recebeu a Comenda Tia Marcelina, que estimula quebra de preconceito contra as religiões de matriz africana
A Câmara Municipal de Maceió realizou uma homenagem ao babalorixá e presidente do Instituto Guerreiros de Jorge, Marcos Firmino de Oliveira. Ele foi reconhecido com a Comenda Tia Marcelina, proposta pelo vereador Allan Pierre.
A honraria é destinada a personalidades que se destacam na defesa e promoção da educação, saúde, economia, esporte, segurança, cultura e serviços sociais em Maceió, e faz referência a mais conhecida mãe de santo de Alagoas. Tia Marcelina morreu dias após ser atacada dentro do próprio terreiro, no episódio conhecido como Quebra de Xangô, em 1912.
O vereador Allan Pierre destacou que Pai Marcos, como é mais conhecido o homenageado, tem uma história de vida dedicada à religião afro-brasileira, desde a infância, que se transformou também em um trabalho social com foco na parte alta de Maceió. Ele justificou a escolha da Comenda Tia Marcelina, por ela ter tido uma história de luta e resistência para manter viva a cultura da religião afro-brasileira, assim como Pai Marcos.
“Como eu sempre digo, não é nenhum ato de gentileza, é um dever que a Câmara de Vereadores tem, de reconhecer o trabalho de cidadãos maceioenses que se dedicam a essa cidade nas suas mais diversas temáticas. Acaba sendo também, por extensão, um agraciamento a todas as religiões de matrizes africanas, já que a Câmara respeita e fomenta essa diversidade religiosa. Isso é uma prova que o nosso Parlamento é a casa de todos, a casa do povo”, pontuou.
Pai Marcos recebeu a homenagem com emoção, ao reforçar que a comenda prestigia não apenas ele, mas todos os integrantes da religião. Para o babalorixá, o reconhecimento do Poder Legislativo é também uma quebra de paradigma, que permite que pais, mães e filhos de santo ocupem importantes espaços públicos e sejam integrados na construção de políticas públicas.
“É muito importante a gente trazer o povo da religião aqui, para que possa ser reconhecido na sociedade e nas estradas onde a gente anda. Temos que mostrar à sociedade que somos pessoas que trazemos o bem, fazemos o bem. A gente busca evoluir, trazer a paz e proporcionar realmente a paz para todos nós”, disse.
A pesquisadora e ativista na área de direitos humanos, Maria Alcina Ramos de Freitas, participou da solenidade e citou a contribuição do babalorixá e de todos os terreiros de Maceió para a redução da desnutrição nas comunidades onde atuam, a partir do trabalho de distribuição de alimentos.
Em estudo realizado na capital, ela conta que percebeu o preconceito dos vizinhos de terreiros e iniciou junto a Pai Marcos um trabalho de desmistificação.
"Essas pessoas realmente têm compromisso com a comunidade. Comecei a conhecer esse trabalho nos anos 2000, e o preconceito era muito grande. Mas começamos a entender como fazer para reduzir o preconceito e mostrar o valor da religião de matriz africana para a comunidade”, lembrou.
O filho de Pai Marcos, Joel Maurício, também expressou sua alegria pela homenagem.
“Fui adotado por ele quando tinha 16 anos. Convivi pessoalmente e na parte dos projetos que ele faz no Village Campestre. O Pai Marcos é uma pessoa sem palavras, de coração maravilhoso, tanto dentro da religiosidade quanto fora, para a comunidade, trazendo mais dignidade, mais respeito e também incluindo as pessoas para entender um pouco mais sobre a religião de matriz africana”. completou.
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