Polícia

Funcionário de supermercado é investigado por importunação sexual contra adolescente, em PE

Segundo advogado da vítima, caso aconteceu enquanto garoto de 15 anos usava mictório, na Torre, Zona Oeste do Recife; Funcionário fugiu da loja e foi demitido

Por G1 29/10/2025 12h12 - Atualizado em 29/10/2025 13h01
Funcionário de supermercado é investigado por importunação sexual contra adolescente, em PE
Adolescente denuncia funcionário do Carrefour por importunação sexual em banheiro - Foto: Reprodução/Google Street View

Um funcionário da rede de supermercado Carrefour está sendo investigado por suspeita de importunar sexualmente um adolescente de 15 anos no banheiro do estabelecimento, no bairro da Torre, Zona Oeste do Recife. De acordo com Guilherme Monteiro, advogado da família da vítima, o homem observou o menor enquanto ele usava o mictório.

A importunação aconteceu no domingo (26), enquanto a mãe do adolescente comprava sorvete nas parte de conveniência nas dependências do supermercado. O caso é investigado pela Polícia Civil.

"Quando ele foi ao banheiro e estava utilizando o mictório, entrou um rapaz, que é funcionário do Carrefour, e foi diretamente a ele, começou a olhar por cima da parte privativa do mictório e ficou mordendo os lábios. Olhando para ele e mordendo os lábios. O menor 'se saiu' e começou a falar para ele 'tu é louco, o que estás fazendo?'", disse o advogado.

Os nomes dos envolvidos não foram divulgados. Segundo Guilherme Monteiro , após confrontar o funcionário no banheiro, o adolescente começou a gravar o que estava acontecendo e o homem correu tentando fugir do local.

Ainda segundo o advogado, o jovem gritou para que segurassem o funcionário. A mãe dele tentou agarrar o suspeito, mas se machucou e sofreu uma luxação no braço. Ela passa bem.

"O cara correu e o menor correu atrás, pedindo para segurarem ele. A mãe percebeu, segurou ele e por isso que ela está com o braço machucado. Eles ficaram segurando o homem, chamando os seguranças", afirmou o advogado.

Guilherme Monteiro contou que a segurança do Carrefour decidiu levar todos os envolvidos para a parte administrativa do supermercado para tentar resolver a questão.

A mãe e o adolescente ficaram em uma sala separada do suspeito, mas, segundo o advogado, a polícia não foi chamada pelo estabelecimento. Com isso, o funcionário fugiu.

"Vieram falar com ela, ela explicou, o menino explicou, aí a pessoa do Carrefour saía e dizia que ia falar com o acusado. Passou um tempo, meia hora ela perguntando da polícia e eles não chamavam. Foi quando ela decidiu ligar. Quando a polícia chegou, o policiamento informou que o rapaz, o acusado, não estava mais no Carrefour", contou Guilherme Monteiro.

Procurado, o Carrefour disse que o homem foi embora sem permissão da chefia, "enquanto o suporte era dado aos denunciantes", e que ele não voltou para trabalhar no dia seguinte. O supermercado disse que demitiu o suspeito.

Após o acionamento da polícia, o caso foi registrado na Delegacia da Mulher, no bairro do Rosarinho, na Zona Norte do Recife, onde estava sendo realizado o plantão da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Segundo a Polícia Civil, um inquérito foi instaurado para apurar todos os fatos.

Ainda segundo o advogado da família, o adolescente começou a ser acompanhado por um psicólogo, pago pela família, para avaliar qualquer alteração no comportamento do menor.

"A gente está começando um trabalho de acompanhamento psicológico do menor, levando em consideração que ele, de toda forma, está abalado. Nós conversamos com a família e dissemos que ele pode até não apresentar tantos efeitos disso agora, mas tem que ir tratando, porque certamente, mais na frente, pode demonstrar isso", disse.

O que diz o Carrefour

Em nota, o supermercado disse que tomou conhecimento do caso e está "prestando total cooperação às autoridades competentes para o esclarecimento dos fatos". A nota diz também que:

- o funcionário foi desligado da companhia;

- além da grave denúncia, somam-se os fatos do funcionário ter ido embora da loja sem permissão de sua chefia (enquanto o suporte era dado aos denunciantes);

- o funcionário não voltou para trabalhar no dia seguinte.

A rede de supermercado disse também que reitera o repúdio a qualquer tipo de assédio ou conduta que viole a dignidade humana ou valores da companhia.