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Operação prende seis suspeitos de movimentar dinheiro da maior milícia do RJ

Um PM reformado está entre os presos. Justiça autorizou o bloqueio e o sequestro de bens de empresas

Por G1 03/07/2019 09h09
Operação prende seis suspeitos de movimentar dinheiro da maior milícia do RJ
Polícia cumpre mandado em endereço em Paracambi, na Baixada - Foto: G1

Uma operação da Polícia Civil do RJ e do MP prendeu, na manhã desta quarta-feira (3), seis pessoas suspeitas de movimentar dinheiro da Liga da Justiça, a maior milícia do estado. Um dos presos é um PM reformado.

A força-tarefa busca ainda Luís Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho. Ele é irmão do miliciano Wellington da Silva Braga, o Ecko, apontado como chefe do grupo paramilitar.

Rebatizada como Bonde do Ecko, a milícia se expandiu da Zona Oeste do Rio para municípios da Região Metropolitana, como Itaguaí, e na Baixada Fluminense.

Tanto Zinho quanto Ecko já eram considerados foragidos de outras operações. Zinho ainda não tinha sido encontrado até as 8h.

A Justiça do RJ autorizou o bloqueio e o sequestro de bens de empresas. A operação também cumpre 11 mandados de busca e apreensão.

O MP afirma que a milícia de Ecko e Zinho lavou o dinheiro de suas atividades criminosas com o auxílio de empresas, como a Macla Extração e Comércio de Saibro Eireli – EPP e a Hessel Locação de Equipamentos Ltda.

Denunciados na operação

Carla dos Santos Alves da Silva, presa;

Clayton da Silva Novaes, PM reformado, preso;

Fabiana Castilho Alves Duque, presa;

Jenilson Simões Gonçalves, preso;

Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, foragido;

Márcio Jacob Hessel, preso;

Sidnei Coutinho Perrut, preso.

Organização criminosa e lavagem de dinheiro

O PM reformado Clayton da Silva Novaes foi preso em Paracambi, na Baixada Fluminense, no início da manhã desta quarta.

Segundo as investigações, o esquema de Zinho e Clayton contava com empresas - uma delas, de exploração de areia e saibro, faturou R$ 42 milhões entre 2012 e 2017.

Os sete procurados foram denunciados pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro, constatados a partir da verificação de inúmeras operações financeiras irregulares.

O MP afirma que a milícia de Ecko e Zinho ameaça moradores e comerciantes das regiões dominadas. Há ainda a exploração do transporte por vans e do sinal pirata de TV a cabo.

A força-tarefa é composta pelo Departamento-geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e a Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil e pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado do MP.

As prisões foram decretadas pelo juízo da 42ª Vara Criminal da Comarca da Capital.

Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, irmão de Ecko; e o PM reformado Clayton da Silva Novaes — Foto: Reprodução/PCERJ

O MP afirma que Zinho e Ecko herdaram a quadrilha do irmão, Carlinhos Três Pontes.

A quadrilha tem “franquias” na Baixada Fluminense e outros locais do Estado do Rio, como revelado em série de reportagens do G1 em março de 2018.