Empréstimo pessoal é o principal responsável pela inadimplência
Crediário (68%) e o cartão de crédito (67%) são outros exemplos de modalidades causadoras de endividamento
De acordo com pesquisa divulgada nesta segunda-feira (4) pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), o empréstimo pessoal (69%) contraído em bancos e financeiras é o principal responsável pela inadimplência no Brasil. O crediário (68%) e o cartão de crédito (67%) aparecem logo em seguida no ranking.
Cheque especial (52%), o financiamento de automóvel (52%) e o financiamento da casa própria (35%) são outros exemplos de modalidades causadoras de endividamento.
Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil, avaliou a falta de controle financeiro dos brasileiros. "Se por um lado, o cenário econômico não vem favorecendo o equilíbrio das contas; por outro, existe um aspecto comportamental importante. Boa parte das pessoas não costuma organizar seus gastos, fazendo compras além de suas possibilidades financeiras, que muitas vezes transformam-se em dívidas difíceis de serem pagas. Ao buscar empréstimo, é preciso cuidado redobrado".
"A preocupação em quitar débitos pendentes só é interessante quando se troca uma dívida cara por outra mais barata. Ou seja, quando o consumidor substitui o valor das dívidas que cobram juros elevados, como cartão de crédito, por exemplo, por outra com valores mais baixos, como empréstimo consignado. Caso contrário, os juros podem fazer com que as parcelas dos empréstimos fiquem inviáveis”, analisou Kawauti.
José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil, orienta os brasileiros sobre como priorizar as contas que devem ser pagas. "A incapacidade de pagar os compromissos em dia tem levado muitos brasileiros a fazer um tipo de rodízio para escolher qual conta pagar naquele mês. Normalmente, o consumidor prioriza o pagamento de contas básicas e de serviços essenciais, como água e luz, mesmo sabendo que podem ser interrompidos em situação de inadimplência. Mas esse tipo de decisão deve ser bem pesada, após uma análise do valor das pendências".