Justiça

Ex-governador de MG é condenado a 10 anos e 6 meses de prisão

Fernando Pimentel teria cometido crimes entre 2011 e 2014

Por R7 21/11/2019 09h09
Ex-governador de MG é condenado a 10 anos e 6 meses de prisão
Pimentel teria cometido crimes entre 2011 e 2014 - Foto: Divulgação

O ex-governador de Minas Fernando Pimentel foi condenado pela Justiça Eleitoral de Belo Horizonte a 10 anos e 6 meses de prisão por tráfico de influência e lavagem de dinheiro.

Pimentel teria cometido os crimes entre 2011 e 2014, quando foi ministro do Desenvolvimento durante o governo de Dilma Rousseff. Pimentel poderá recorrer em liberdade. 

O MP (Ministério Público) acusou Pimentel de não declarar recursos utilizados na campanha de 2014. O processo contra o ex-governador tramitava no STJ (Superior Tribunal de Justiça), mas foi remetido à Justiça Eleitoral de Minas após ele encerrar o mandato, em 2018.

O empresário Benedito Rodrigues de Oliveira, conhecido como "Bené", que teria prestado serviços eleitorais e participado de esquema de caixa dois para Pimentel em 2014, também foi condenado a 8 anos de reclusão. Receberam pena de 2 anos e 9 meses os empresários Marcos Coimbra, sócio da Vox Populi, e Márcio Hiran Novaes.

Procurado pelo R7, advogado Eugênio Pacelli, que defende o ex-governador, classificou a decisão como "despropositada" e "contrária à prova dos autos". Segundo o defensor, "fatos claramente inventados na polícia e em juízo" teriam sido acolhidos como verdade. O advogado informou ainda que vai entrar com recurso para reverter a condenação.

A reportagem tenta contato a defesa dos empresários também condenados.

Veja a íntegra da nota da defesa de Fernando Pimentel:

"Estudo direito penal e processo penal há mais de 25 anos. Confesso que nunca vi nada assim ao longo desses anos!

Divergência entre ideias e concepções jurídicas faz parte do dia a dia forense. E temos todos o dever de urbanidade e de respeito aos membros do Judiciário e do Ministério Público.

Respeito a todos, como sempre demonstrei. Mas essa condenação ultrapassou qualquer limite do razoável. Nunca vi nada tão despropositado e tão contrário à prova dos autos. Colaboradores mudando versões, fatos claramente inventados na polícia e em juízo, e desvendados em audiência. E acolhidos como verdade!

Uma coisa é certa. O Direito Penal passou longe da decisão! Muito longe! Mas confiamos nos Tribunais do país. Ainda temos juízes em Berlim e também em terrae brasilis. Essa sentença, de fragilidade surpreendente, será inteiramente revista em recurso."