Adolescente é baleado dentro de casa e morre durante operação em favela do Rio
Thiago da Conceição morreu após ser baleado dentro de casa no morro da Fé, no Complexo da Penha, zona norte do Rio de Janeiro
Um adolescente de 16 anos, Thiago da Conceição, morreu nesta sexta-feira (18) após ser baleado dentro de casa no morro da Fé, no Complexo da Penha, zona norte do Rio de Janeiro. A família do jovem afirma que o tiro partiu de policiais civis, que pela manhã realizaram operação contra o tráfico na região.
Em entrevista a jornalistas, o subsecretário operacional da Polícia Civil, Rodrigo Oliveira, negou a informação. Ele afirmou ter certeza de que no local onde o adolescente foi baleado não havia agentes das forças de segurança do estado.
"Policiais perceberam um tumulto à distância. Quando foram no local para tentar identificar o que estava acontecendo, obtiveram a informação que um adolescente havia sido baleado e socorrido por meios próprios. Foi a própria comunidade que o levou para o hospital", disse.
Thiago foi encaminhado ao hospital Getúlio Vargas, mas não resistiu. Segundo relatos de familiares à Ouvidoria da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, não havia troca de tiros e o adolescente foi atingido por um único disparo, vindo de longe. A instituição está assistindo juridicamente a família do jovem.
Durante a manhã, após ter lido alertas nas redes sociais a respeito da operação, Thiago desistiu de sair de casa para trabalhar. Ainda assim, acabou baleado dentro da própria residência.
O tio do adolescente, Giovani Gilson, afirmou ao jornal O Globo que o tiro partiu da Polícia Civil -segundo ele, a única força de segurança na região naquele momento.
Levantamento do laboratório de dados Fogo Cruzado registra que Thiago foi o 20° adolescente baleado na região metropolitana do Rio de Janeiro em 2021. Além dele, outros seis morreram.
Moradores e familiares realizaram um protesto na Penha na tarde desta sexta-feira (18) pedindo justiça após a morte do jovem. "Lá se vai mais um sonho interrompido por erro do Estado", dizia um dos cartazes.
A operação desta sexta-feira ocorreu a despeito da determinação do STF (Supremo Tribunal Federal) que no ano passado restringiu as ações policiais nas comunidades do estado enquanto durar a pandemia do novo coronavírus.
Buscando cumprir mandados de prisão contra lideranças do tráfico de outros estados que se instalaram na comunidade Vila Cruzeiro, a operação "Coalizão pelo Bem" interrompeu a vacinação contra a Covid-19 em uma clínica da família da região. Outro centro municipal de saúde também teve os atendimentos suspensos.
Em nota, o Grupo Temático Temporário de Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público do Rio de Janeiro informou que o plantão institucional recebeu comunicações sobre supostas violações a direitos durante a operação desta sexta.
Entre elas, está a morte de Thiago e a violação de domicílio de morador. "Foi instaurada notícia de fato e elaborado relatório preliminar que será encaminhado para a Promotoria de Justiça de Investigação Penal com atribuição para análise", diz o texto. Procurada, a Polícia Civil não respondeu contato da reportagem até a publicação deste texto.
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