Com a saída de Faustão do seu "Domingão", acaba mais uma era na TV Globo. Foram trinta anos com o apresentador comandando o show dominical que consagrou diversos quadros como as “Olimpíadas do Faustão” e a “Dança dos Famosos”. A emissora já anunciou que Luciano Huck herdará o horário na grade, e provavelmente iniciará uma nova dinastia. Essa troca de guarda é um bom momento para relembrar os grandes apresentadores da emissora carioca.

Silvio Santos

Sim, Silvio Santos trabalhou na TV Globo! De 1965 até 1976, ele apresentava o “Programa Silvio Santos”, com oito horas de puro divertimento. Nessa época ela criou um bisavô do show de calouros, que já contava com as avaliações – às vezes cruéis – de Pedro de Lara, Araci de Almeida e a esfuziante Elke Maravilha. A atração fez tanto sucesso que permitiu que Silvio comprasse sua própria emissora – a antiga TV Tupi, que se tornou o SBT, onde o programa está até hoje.

Chacrinha

Com a saída de Silvio, a Globo precisou de outro nome de peso para os programas de auditório. A solução encontrada: Abelardo Barbosa. Nos anos 70 e 80, Chacrinha foi o grande comunicador global, com sua Buzina, depois Discoteca e por fim Cassino, uma referência ao antigo estabelecimento na Urca, bairro natal da Rede Globo. Hoje, os cassinos – no Rio e na TV – estão restritos às opções online, coloridas e divertidas como o do Velho Guerreiro, mas sem o bacalhau. Com as Chacretes e playbacks esculachados, era a grande atração das tardes de sábado da época.

Xuxa

Nos anos 80 também surgiu uma nova oportunidade para programas de auditório: as manhãs. E a rainha do horário – e dos baixinhos – era Xuxa Meneghel. Comandando gincanas, distribuindo prêmios e cantando, a loira arrebentou no “Xou da Xuxa”, nos diversos especiais de Natal e nas revitalizações posteriores. Os figurinos com ombreiras largas e shorts curtos marcou uma época e lançou para o sucesso algumas Paquitas, como Luciana Vendramini.

Jô Soares

Inicialmente, ele era apenas um comediante que fez sucesso em programas humorísticos como “Planeta dos Homens” e “Viva o Gordo”. Depois de interpretar dezenas de personagens hilariantes, José Eugênio Soares virou simplesmente o Jô, e começou a comandar um talk show noturno na emissora, o “Programa do Jô”. Por vezes criticado por falar mais que os entrevistados, o apresentador sempre trazia nomes de peso para seu sofá e, entre uma pergunta e outra, divertia a plateia com suas tiradas sagazes.

Faustão

O agora ex-global Fausto Silva conseguiu algo importante na emissora: competir com Silvio Santos aos domingos. Ajudou-o seu jeito bonachão e a incrível capacidade de comunicação – raramente se viu o apresentador perdido em cena, ou sequer titubeando. Muito se deve ao seu treinamento no “Perdidos na Noite”, show que ele realizava ao vivo na TV Gazeta, antes de ser contratado pela Globo.

Serginho Groisman

Outro oriundo dos anos 80 em emissoras alternativas, Serginho trazia uma empatia gigantesca com os jovens e a manteve mesmo com o passar do tempo e o embranquecer dos cabelos. Seu bordão “fala, garoto” é uma marca registrada usada até hoje no programa “Altas Horas” que, como o nome sugere, é exibido nas madrugadas.

Luciano Huck

O novo rei dos domingos globais já está na estrada há um bom tempo. Apesar de algumas ameaças de debandada para o mundo político, seu “Caldeirão” vem ocupando as tardes de sábado desde 2000, com quadros como “Lata Velha”, “Lar Doce Lar” e “Um por todos”. Agora, alçado ao posto máximo na corte dos programas de auditório, vai ter que mostrar se pode estar no panteão dos apresentadores. Talento ele tem.

O lado B

Mas nem tudo são flores e sucessos com os apresentadores globais. Em 50 anos de história, a emissora colecionou alguns fracassos retumbantes. Jacinto Figueira Jr, o Homem do Sapato Branco, não durou um ano; Thunderbird e sua língua presa também não repetiram o sucesso conquistado na MTV; e Marcos Mion, que vai assumir o “Caldeirão” deixado por Huck, já teve passagem na Globo. Não como apresentador, mas como ator no seriado de Sandy & Junior, pelo qual não ganhou qualquer prêmio. Será que o ex-coadjuvante vai dar a volta por cima e se tornar a próxima estrela? Só o tempo – ou o IBOPE – dirá.