Conselho de Medicina Veterinária faz alerta sobre esporotricose em cães e gatos
Doença é provocada por fungo comum no solo e vegetações em Alagoas

O presidente da Comissão de Saúde Pública do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Alagoas (CRMV-AL), Paulo Vianês, emitiu uma nota técnica aos clínicos de animais de pequeno porte, com a recomendação para que os casos de esporotricose em cães e gatos sejam investigados e notificados.
Confira a nota, na íntegra, abaixo:
Esporotricose: Comissão de saúde pública do CRMV-AL alerta sobre importância do diagnóstico veterinário
Os Clínicos de cães e gatos devem investigar esporotricose nas lesões dermatológicas da rotina clínica, notificar para contribuir com o compilado de dados nacional e orientar aos tutores sobre prevenção.
O presidente da Comissão de saúde pública do CRMV-AL, Paulo Vianês, abordou o tema esporotricose na plenária do dia 02 de junho e o presidente da comissão faz o alerta: “o momento é de alerta para incluir esporotricose na investigação diagnóstica de lesões cutâneas que se apresentem em cães e sobretudo em gatos domésticos”.
A doença é causada por um fungo do tipo Sporothrix spp que habita alguns solos, troncos de árvores e vegetações envelhecidas em climas tropicais, para o qual Alagoas é endêmica. “Durante consulta veterinária, temos o papel de colaborar também com o encaminhamento diagnostico nas pessoas. Isso porque diante de um animal infectado é provável que alguém na residência já possa ter sido arranhado ou mordido pelo animal em momentos de manejo e a doença pode estar ali passando despercebida como uma pequena feridinha na pele; momento em que com perguntas podemos orientar a pessoa a buscar serviço médico também”, ressalta a médica veterinária Evelynne Marques Diretora técnica da secretaria de bem estar animal de Maceió, também integrante da comissão do CRMV-AL.
A Comissão de saúde pública tem uma missão social que é aprimorar os estudos relativos a profissão e lançar contribuições aos colegas veterinários e auxiliar a gestão pública em raciocínios técnicos. Neste sentido ressalta-se a importância de desenvolvimento de pesquisas cientificas e a medica veterinária Mariana Amaral, também integrante da Comissão, esta desenvolvendo pesquisa no Mestrado Ciência animal da UFAL-Universidade Federal de Alagoas especificamente com esporotricose em felinos domésticos. A pesquisa segue em parceira com a UVZ-Maceió.
Desde os anos 2000 que esporotricose tornou-se uma doença de relevância para a saúde pública no Brasil, sobretudo a adaptação do fungo, causador da doença, aos gatos domésticos fazendo estes animais participarem do ciclo epidemiológico da doença pelo contato homem-animal em situações em que o felino arranha ou morde os indivíduos durante manejo, o que caracteriza a transmissão zoonótica.
A doença pode acontecer em diversos animais como ratos, cães, coelhos, tatus, cavalos entre outros; contudo no felino doméstico encontra-se o maior agravante devido as particularidades comportamentais naturais desta espécie que são cavar o solo para enterrar fezes e urina e afiar as garras em troncos de árvores, ambientes naturais do fungo, o que proporciona ao felino doméstico armazená-lo acidentalmente em suas unhas. Exposição de pessoas a forma traumática (cortes e perfurações) que transportem o fungo à pele, caracterizam a principal forma de transmissão; para além disso o contato com exsudato (secreções de feridas) contendo o fungo e os trabalhos com solo e jardinagem sem proteção das mãos.
Na clínica veterinária, a investigação pode ser confirmada de modo rápido em citologia imprint/decalque, swab cutâneo; e em casos negativos [na citologia] deve seguir em frente ostensivamente com cultura, histopatológico e cultura da biopsia, até que se confirme negativo.
A Comissão faz o destaque de que atualmente a situação é de alerta nacional:
A esporotricose zoonótica tem sido relatada em todos os estados do Brasil. O Ministério da Saúde em nota (N° 60/2023) recomenda aos estados e municípios vigilância à esporotricose animal em todo o país. A notificação poderá ser feita até pelo cidadão, pois a comunidade tem importante colaboração com a vigilância em saúde.
Médicos veterinários, profissionais das UVZs, Agentes de saúde e outros profissionais da saúde podem informar sobre casos suspeitos de esporotricose animal através das seguintes vias: pessoalmente (ao serviço de zoonose do município), por email, telefone e pelo link oficial disponibilizado pelo Ministério da saúde (http://redcap.link/esporotrico... destaque que a Comissão trás é sobre situações agravantes para o pais:
A reprodução de cães e gatos ainda acontece livremente nos centros urbanos e por todo o país e aqui em Alagoas, há inúmeras colônias de gatos de vida livre em reprodução ativa e distantes da gestão comunitária e ausência de política pública. “Observamos que o estado precisa de um plano de ação tanto para o enfrentamento da esporotricose quanto para a prevenção e necessitam de atenção estadual e municipal e estamos trabalhando para isso”, complementa Evelynne Marques.
Inciativa estadual:
Atualmente tramita na Assembleia legislativa de Alagoas dois projetos de Lei no sentido da vigilância epidemiológica da esporotricose e notificação compulsória e o do apelo para que seja realizado a campanha de enfrentamento a esporotricose citando as principais medidas públicas
Inciativa municipal:
No dia 24 de maio de 2023 foi realizada uma reunião na Gerência de Vigilância das Doenças e Agravos Transmissíveis e Não Transmissíveis (GVDATNT) para tratar sobre vigilância e assistência aos casos de Esporotricose no Município de Maceió, na qual a UVZ Maceió participou ativamente da Nota Técnica Nº 01- 2023/GVDATNT/CGE/DVS, que tem por finalidade orientar e atualizar a rede de saúde (pública e privada) a respeito das medidas a serem tomadas diante de casos de Esporotricose humana no município de Maceió.
Foi disponibilizado a Ficha de Investigação de Esporotricose do SINAN-Sistema de Informação de Agravos de Notificação-Ficha de notificação.
A população de modo geral tem enorme peso na prevenção da esporotricose através de medidas como criar gatos domésticos somente no interior do domicilio evitando que o animal tenha contato com áreas ambientais ode o fungo habita; evitar dar banho em gatos resgatados da via pública, evitando ser arranhado ou mordido; manter caixas de areia higiênica dentro da residência para os gatos defecarem e urinarem, evitando trazer terra de jardim ou areia de praia ; em caso de óbito por suspeita de esporotricose não enterrar o cadáver no jardim da residência e nem descartar no lixo comum, buscar o serviço da unidade de vigilância e zoonose da cidade para orientação.
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