Diário do Sertão
Em Santana do Ipanema é a minoria que escolhe o futuro presidente da Câmara
As tratativas já teriam acontecido e agora é aguardar o combinado pela minoria.
A presidência da Câmara Municipal de Santana do Ipanema, no Sertão alagoano, que só promove sessão uma vez por semana, às sextas-feiras, terá um novo presidente no próximo ano, também obediente ao mesmo grupo (Família Bulhões), que a muitos anos "teleguia" o legislativo santanense.
Nos últimos encontros, onde nem todos os eleitos e reeleitos puderam participar, ficou decidido pelo 'grupo menor' (se tratando de quantidade), que o quinto vereador mais votado em outubro terá a missão de ser presidente da Casa.
Trata-se do vereador Genildo Bezerra da Silva, mais conhecido por 'Papatudo', reeleito com 1.214 votos.
Suspeita-se que o atual presidente, Moacir Junior (MDB), que perdeu a eleição com 978 votos, deverá ser abduzido pelo grupo 'administrador' e retornar a Câmara. Junior, primeiro suplente do partido, deve assumir o lugar da vereadora Eliana Fofa, reeleita com 1.073 votos e que deverá trocar o legislativo por uma secretaria municipal, podendo ser a Secretaria da Mulher.
Como detalhe, no próximo ano, o legislativo municipal deverá novamente ter apenas um candidato de oposição. Será o ex-prefeito Mário Silva (PP), eleito com 568 votos. O último colocado. A vereadora Carol Magalhães (PP), que não teve apoio em seu grupo para ser candidata a prefeita, perdeu a eleição. Todavia, o trabalho de Carol na condição de vereadora de oposição, nesta legislatura, lhe credenciou para ou trocar a oposição pela situação (ela não tem rejeição no meio da família Bulhões e nem na Câmara) ou construir uma nova e sólida oposição no município.
Não diferente da maioria das demais Câmaras do Sertão e independente do que vem sendo montado para o futuro, vereadores santanenses tem sido motivo de muitas criticas da população. Primeiro, por conta do formato de trabalho que é 1x6 ou, um dia de sessão por seis de folga, além e principalmente, por conta da ausência de sessões proativas. As sessões, de acordo com as criticas, tem apenas servido majoritariamente para os representantes do povo parabenizarem 'melosamente' a administração municipal e lerem notas de falecimento ou aniversários de eleitores, se esquivando das graves denúncias contra o Hospital Regional Clodolfo Rodrigues, o fechamento forçado da rodoviária da cidade e a falta de água que tem atingido a vários meses a totalidade das comunidades rurais.