Acolhidos na calçada se protegendo da chuva que caia na tarde desta sexta-feira (14) em Palmeira dos Índios, estavam um casal de venezuelanos segurando placas que pediam doação para comprar alimentos.

Os traços indígenas e a beleza nos detalhes do traje de Hortência Pinhones de 72 anos não escondem a triste realidade que os trouxe até o Agreste Alagoano. Desde 2019, eles deixaram a terra natal, uma comunidade indígena na Venezuela, e vêm peregrinando pelo Brasil passando por vários estados até chegar a Alagoas.

A inflação alta e a falta de emprego forçaram o casal e os dois filhos a abandonarem o país. Eles e mais quatro famílias se encontram na região revezando entre Arapiraca e Palmeira pedindo alimentos e dinheiro nos semáforos e ruas. Em Arapiraca eles estão ficando em um abrigo fornecido pela Prefeitura.

“Três dias de trabalho não estavam dando para comprar 1kg de arroz. Tudo muito difícil, não consigo entender o que se passa na Venezuela, muitos dizem que é uma briga que envolve o petróleo e os Estados Unidos, mas não entendo de politica. Nós saímos da nossa comunidade porque estávamos passando necessidade.” Disse Elias Perez, de 63 anos.

Crise humanitária

A imigração venezuelana para o Brasil resulta do cenário de crise em que vivem os venezuelanos. Essa crise passa por questões políticas, econômicas e sociais. A porta de entrada dos venezuelanos para o Brasil é o estado de Roraima, que faz fronteira com a Venezuela.