Ibovespa fecha em queda de 0,35%; Petróleo bate em US$ 130 com restrição dos EUA
Principal índice da B3 terminou aos 111.203,45 pontos, enquanto a moeda norte-americana encerrou com leve recuo de 0,5%, cotada a R$ 5,053

O Ibovespa fechou em queda de 0,35%, aos 111.203,45 pontos, após alternar alta e baixa diversas vezes na sessão, à medida que as incertezas envolvendo o conflito na Ucrânia elevam a volatilidade dos mercados globais.
A Vale e outros papéis ligados a commodities metálicas lideraram perdas, enquanto Petrobras e companhias aéreas fizeram contraponto.
Já o dólar fechou o dia com leve recuo de 0,50%, a R$ 5,053, com investidores repercutindo algum alívio no exterior do meio da tarde em diante enquanto o noticiário sobre a guerra na Ucrânia seguiu no foco.
A moeda norte-americana subiu 0,44% pela manhã, para R$ 5,102, ficando próximo desse patamar por algum tempo, após ensaiar baixa. Depois das 14h, porém, as vendas surgiram de forma expressiva, derrubando a cotação à mínima de R$ 5,045 (queda de 0,68%), por volta das 15h.
O movimento da moeda seguiu a escalada do euro e uma tentativa de recuperação das ações, que vêm sofrendo com o desenrolar da guerra no leste da Europa. O rublo – um termômetro da crise – saltava quase 10% ante o dólar.
Petróleo
Nesta terça-feira o petróleo Brent, que chegou a disparar 8,07% mais cedo, reduziu o ganho no fechamento para 3,87%, após o anúncio de proibição de importação da commodity russa pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, o que deve aumentar o choque de oferta do produto nos próximos dias.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para abril fechou em alta de 3,60% (US$ 4,30), a US$ 123,70, no maior nível desde em 14 anos. Enquanto e o do Brent para maio avançou 3,87% (US$ 4,77) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 127,98.
Os preços vêm escalando desde que a Rússia invadiu a Ucrânia. Analistas acreditam que o furor recente pode ser apenas o começo, já que os avisos de US$ 200 por barril começam a se espalhar pelo mercado.
O preço da commodity atingiu seu nível mais alto desde 2008 na segunda-feira (7), quando os países ocidentais passaram a considerar um embargo ao petróleo da Rússia, o segundo maior exportador do mundo.
O principal fator para a alta é o descompasso entre oferta e demanda da commodity, com os principais produtores, reunidos na Opep+, ainda não retomando os níveis de produção pré-pandemia, e o quadro foi intensificado com as tensões na Europa.
A alta representa um potencial de avanço dos preços dos combustíveis em todo o mundo, incluindo o Brasil.
Porém, falas do presidente Jair Bolsonaro, criticando a política de preços da estatal, geraram temores no mercado sobre uma possível intervenção na empresa. Uma possibilidade é a criação de um subsídio temporário para os preços.
O Congresso também deve analisar projetos que buscam reduzir os preços dos combustíveis ou evitar novas altas a partir de medidas como cortes de impostos e criação de um fundo de estabilização.
O receio do mercado é que as medidas acabem impactando as contas públicas e gerando um risco fiscal alto, o que reduziria a confiança de investidores e faria o dólar subir pela saída de investimentos.
Commodities
Ainda como consequência da invasão Rússia à Ucrânia está a alta nos preços de outras commodities, principalmente as ligadas à Rússia e à Ucrânia, caso do milho, trigo, além do petróleo.
O trigo chegou a ter alta de 7% na segunda-feira, e acumula valorização de 75% no ano. De acordo com a Necton, a valorização do real pode reduzir esse aumento para perto de 55%.
Ao mesmo tempo, a situação na Ucrânia pode impactar nos benefícios para o real de um ciclo de migração de investimentos para mercados ligados a commodities e vistos como baratos, como o Brasil.
O mercado doméstico tem sido beneficiado também pelos juros altos, que limita os efeitos das apostas em uma política de alta de juros agressiva pelo Federal Reserve.
O ciclo estava ligado, em partes, a expectativas de mais medidas pró-crescimento na China que estão aumentando as esperanças de uma recuperação na demanda por metais, o que levou a altas nos preços, reforçadas com a crise na Ucrânia.
Por outro lado, intervenções do governo chinês no mercado têm gerado pressões de queda, em um sobe e desce na cotação.
Guerra na Ucrânia
O foco dos investidores segue na guerra na Ucrânia e os seus desdobramentos. Em um pronunciamento feito por videoconferência ao Parlamento do Reino Unido nesta terça-feira, Zelensky disse que os ucranianos não desistirão e não perderão a guerra. Foi a primeira vez que um presidente de outro país se dirigiu aos parlamentares britânicos. O primeiro-ministro Boris Johnson estava presente na sessão.
Falando diretamente ao premiê, após agradecer a ajuda já enviada, Zelensky cobrou que ele imponha sanções mais duras e reconheça a Rússia como um Estado terrorista. “Garanta que os nossos céus estejam a salvo”, acrescentou, em mais um pedido ucraniano para que o Ocidente imponha uma zona de exclusão aérea no país.
Na segunda-feira, o presidente da Ucrânia também fez um apelo pela imposição de novas sanções internacionais contra a Rússia por sua invasão da Ucrânia, conforme as forças russas tentam tomar a capital ucraniana, Kiev.
Do ponto de vista econômico, o principal acontecimento envolvendo o conflito é a série de sanções anunciadas pelos Estados Unidos e seus aliados ocidentais.
Dentre elas estão a expulsão de bancos russos do Swift, um sistema global de pagamentos, e o congelamento de reservas do banco central da Rússia.
Os países que apoiam a Ucrânia já afirmaram que devem implementar novas sanções contra a Rússia, que viu sua moeda, o rublo, despencar e atingir uma mínima histórica.
O VIX, chamado de “índice do medo” por tentar medir o grau de volatilidade do mercado, caiu e ficou em torno dos 35 pontos, por volta das 17h, após chegar ao maior nível desde setembro de 2020.
Na segunda-feira (7), o dólar teve leve alta de 0,02%, cotado a R$ 5,079. Já o Ibovespa recuou 2,52%, aos 111.593,46 pontos.
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