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“Rússia tomou Mariupol e não irá devolver”, relatam aliados de Putin

O chefe do Rússia Unida, Andrei Turchak, e o líder checheno, Ramzan Kadyrov, garantiram a conquista nesta quinta-feira

Por Metrópoles 24/03/2022 19h07
“Rússia tomou Mariupol e não irá devolver”, relatam aliados de Putin
Imagens de satélite de Mariupol, na Ucrânia, após ataque russo - Foto: Satellite image (c) 2022 Maxar Technologies

Aliados do presidente russo, Vladimir Putin, relatam que o Exército do país tomou o poder em Mariupol, cidade estratégica do sul ucraniano. Ao menos dois nomes ligados ao chefe do Kremlin confirmaram a informação. O governo da Ucrânia nega.

Na tarde desta quinta-feira (24/3), segundo agências internacionais de notícias, o chefe do Rússia Unida, Andrei Turchak, e o líder checheno, Ramzan Kadyrov, garantiram a conquista.

“Para que ninguém tenha dúvidas: a Rússia está aqui para sempre”, declarou Andrei Turchak ao afirmar que a Rússia reconstruirá Mariupol.

Na mesma tendência, Ramzan Kadyrov disse que tropas ucranianas se renderam e que militares russos tomaram a Prefeitura de Mariupol.

“Os soldados relataram no rádio que libertaram o prédio da administração de Mariupol e levantaram nossa bandeira”, declarou. E acrescentou: “Abandonaram suas posições”.

Nos últimos dias, Mariupol se tornou um dos principais alvos de ataques. Segundo autoridades ucranianas, 100 mil pessoas estariam na região e não conseguiram fugir.

A Rússia já tem o controle de regiões separatistas, como Donbass e a Crimeia, anexada ao território russo em 2014.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já admitiu que a situação no local é “desumana”. Na noite de terça-feira (22/3), em pronunciamento gravado, o líder da Ucrânia afirmou que a cidade estava sem acesso a comida, água e remédios. “Vamos lutar o máximo que pudermos. Até o fim e com todas as nossas forças”, frisou.

“Estratégica”

Mariupol – área considerada estratégica pela Rússia, por sua posição geográfica – estava há mais de 20 dias cercada, mas os militares não teriam conseguido tomar o poder.

A Human Rights Watch descreveu a cidade como “uma paisagem infernal congelante repleta de cadáveres e prédios destruídos”. Segundo o governo ucraniano, 93% das residências foram devastadas pela guerra.

Autoridades locais disseram que duas bombas grandes foram atiradas na direção da cidade. Para o governo da região, os russos teriam a intenção de dizimar Mariupol.

Mariupol é o último grande centro ucraniano a resistir na faixa entre a Crimeia e o território russo, e está sob ataques constantes e em colapso.

Mais mísseis

Após a reunião de cúpula da Otan, em Bruxelas, na Bélgica, nesta quinta, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou que o Reino Unido doará 6 mil mísseis para o governo ucraniano.

Nesta quinta, a guerra completa um mês, e os líderes da Otan estão reunidos em Bruxelas. Ocorre que foi justamente o desejo ucraniano de entrar na organização que deu início à invasão russa, em 24 de fevereiro.

“Estamos reforçando nosso apoio aos países da Otan na linha de frente enviando um novo grupo de tropas do Reino Unido para a Bulgária, além de dobrar nossas tropas na Polônia e na Estônia. A Ucrânia não está sozinha”, assinalou.

Bombas de fósforo

Zelensky acusou formalmente a Rússia de usar bombas de fósforo contra crianças. O país já havia feito esse tipo de avaliação sobre a atuação das tropas de Vladimir Putin, mas não de forma enfática.

“Nesta manhã, houve ataques com bombas de fósforo, e novamente morreram crianças, além de adultos”, frisou o líder ucraniano.

As bombas de fósforo são semelhantes a armas incendiárias e causam graves ferimentos. Elas são compostas por substâncias solúveis em gordura e, assim, provocam queimaduras profundas.