Economia

Endividamento das famílias chega 77,5%, maior valor em 12 anos

Segundo levantamento, alta inflação pressiona orçamento das famílias, que recorrem a fontes de crédito para complementar a renda

Por CNNBrasil 31/03/2022 16h04 - Atualizado em 31/03/2022 16h04
Endividamento das famílias chega 77,5%, maior valor em 12 anos
Levantamento aponta que a alta inflação faz com que as famílias necessitem recorrer a empréstimos e outras fontes de crédito para complementar a renda - Foto: Reprodução

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) publicada nesta quinta-feira (31) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que 77,5% das famílias estão endividadas.

Segundo a Confederação, esse é o maior valor no índice nos últimos 12 anos. Os dados são referentes ao mês de março.

Segundo a PEIC, há um ano, a proporção dos endividados era de 67,3%, 10,2 pontos abaixo do percentual atual.

Na comparação com o mês anterior, o indicador teve um aumento de 0,9 ponto percentual. A pesquisa considera dívidas a vencer gastos com cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa.

Segundo a CNC, o principal tipo de dívida é a de cartão crédito, com 87% das famílias com esses compromissos futuros.

Em seguida vêm os gastos com carnês, com 18,7%, seguido pelo financiamento de carro, que ocupa o orçamento de 11,2% dos entrevistados.

O levantamento aponta que a alta inflação faz com que as famílias necessitem recorrer a empréstimos e outras fontes de crédito para complementar a renda.

Mesmo com juros mais altos, a tendência de aumento do endividamento se mantém.

Ambas as faixas de renda pesquisadas, acima e abaixo de dez salários-mínimos, tiveram aumento no endividamento. Entretanto, as famílias com maior poder aquisitivo apresentaram uma variação maior no percentual na comparação entre fevereiro e março.

A CNC aponta que 73,7% das famílias com renda superior a dez salários estão endividadas, antes os 72,2% registrados em fevereiro. Já nas famílias que ganham abaixo de dez salários, o percentual do mês de março foi de 78,5%, ante os 77,8% encontrados no mês anterior.