Alemanha declara crise de abastecimento de gás enquanto Rússia reduz fluxo à Europa
Maior economia da Europa está um passo mais próxima de começar a racionar suprimentos para a indústria e fala em "confronto econômico" com Rússia
A maior economia da Europa está agora, oficialmente, com falta de gás natural e escala um plano de crise para preservar o abastecimento antes do inverno, enquanto a Rússia fecha as torneiras.
A Alemanha ativou nesta quinta-feira (23) a segunda fase de seu programa de emergência de gás, composto por três etapas, e agora está um passo mais próxima de começar a racionar suprimentos para a indústria — medida que seria um grande golpe no coração manufatureiro da economia alemã.
“A partir de agora, o gás está em falta na Alemanha”, disse o ministro da Economia, Robert Habeck, a repórteres em uma entrevista coletiva em Berlim.
“Mesmo que você ainda não sinta: estamos em uma crise de gás.”
A crise energética da Europa se agravou este mês, com a Rússia reduzindo ainda mais o fornecimento para a Alemanha, Itália e outros membros da União Europeia.
A empresa estatal russa de gás Gazprom reduziu os fluxos através do gasoduto Nord Stream 1 para a Alemanha em 60% na semana passada, culpando a decisão do Ocidente de reter turbinas vitais devido a sanções.
Já a gigante italiana de energia ENI disse que a Gazprom estava cortando sua oferta em 15%.
Doze países da UE foram afetados até agora por cortes no fornecimento de gás russo, disse o chefe de política climática do bloco, Frans Timmermans, nesta quinta.
“A Rússia transformou a energia em armas, e vimos mais interrupções no fornecimento de gás anunciadas nos últimos dias. Tudo isso faz parte da estratégia da Rússia para minar nossa unidade”, disse Timmermans aos legisladores da UE.
“Portanto, o risco de interrupção total do gás agora é mais real do que nunca”, enfatizou.
“Confronto econômico”
Habeck pediu aos alemães que reduzam seu consumo como parte de um esforço nacional para se preparar para os “próximos meses de inverno”.
A decisão do governo alemão de elevar o nível para “alarme” segue os cortes nas entregas russas feitas desde 14 de junho e o contínua alta nos preços no mercado de gás, acrescentou.
Os preços futuros do gás natural europeu subiram cerca de 60% desde meados deste mês, sendo negociados em torno de € 133 (US$ 140) por megawatt-hora (MWh), níveis vistos pela última vez em março, segundo dados da Intercontinental Exchange.
Habeck disse que, embora as instalações de armazenamento de gás alemãs estejam 58% cheias — mais do que o registrado no ano passado — a meta de atingir 90% até dezembro não será alcançável sem outras medidas.
“Estamos em um confronto econômico com a Rússia”, disse Habeck.
O recente estrangulamento dos fluxos de gás da Gazprom ocorre depois dela já ter cortado o fornecimento para a Polônia, Bulgária e Finlândia, e para empresas de energia na Dinamarca, Alemanha e Holanda, por causa de sua recusa em atender à exigência do Kremlin de ser pago em rublos.
Alemanha, Áustria e outros países da UE estão agora se voltando para usinas de energia a carvão e petróleo, para que mais gás possa ser desviado para armazenamento para aquecimento de casas durante o inverno.
A Europa tentou reduzir sua dependência do gás natural russo desde a invasão da Ucrânia no final de fevereiro.
A Alemanha conseguiu reduzir a participação de Moscou em suas importações de 55% para 35% antes do início da guerra.
Mas suas opções para encontrar suprimentos alternativos caíram na semana passada, quando um grande produtor de gás natural liquefeito dos EUA disse que sua instalação no Texas seria fechada completamente por 90 dias após um incêndio.
O Freeport LNG produziu cerca de um quinto das exportações de GNL dos EUA até agora este ano, de acordo com a empresa de análise Vortexa.
A Alemanha ativou a primeira fase, chamada de “alerta precoce”, de seu programa de energia de emergência em março. A fase “alarme” declarada nesta quinta-feira será seguida por “emergência” se a situação se deteriorar ainda mais.
Nesse estado de alerta mais alto, os reguladores podem racionar o gás para manter o abastecimento de “clientes protegidos”, como residências e hospitais.
Os usuários industriais seriam os primeiros a enfrentar cortes.
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