Lixos de grandes centros podem gerar energia elétrica para 100 milhões de brasileiros
Tecnologia que transforma a fração não reciclável do lixo em energia é utilizada há cerca de 50 anos na Europa e na Ásia
Mais da metade do lixo produzido no Brasil em grandes centros urbanos poderia gerar energia elétrica para cerca de 100 milhões de pessoas, segundo pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren).
Atualmente, está em construção a primeira Usina de Recuperação Energética do país, localizada em Barueri (SP).
De acordo com o vice-presidente da ABREN, Flávio Matos, a tecnologia contribui diretamente para dois fatores: geração de energia elétrica e saneamento básico.
A Associação considera também ganhos para a saúde pública, pois o lixo que seria enviado para um lixão ou aterro sanitário ilegal passa a ter uma destinação ambientalmente correta.
O estudo apontou que, com cerca de 56% do lixo urbano produzido pelas 28 regiões metropolitanas do Brasil com mais de 1 milhão de habitantes, é possível gerar energia elétrica para 27 milhões de residências no país e abastecer uma média de 100 milhões de pessoas.
De acordo com o presidente da ABREN, Yuri Schmitke, a recuperação energética, que é a tecnologia que transforma a fração não reciclável do lixo em energia, é uma prática utilizada há cerca de 50 anos na Europa e na Ásia, por exemplo, mas no Brasil está chegando agora.
Além da URE (Usina de Recuperação Energética ) de Barueri, prevista para começar operar em 2025, tem Leilões de Energia Nova A-5 e A-6 previstos para ocorrerem em 16 de setembro deste ano e terão uma categoria destinada exclusivamente à geração de energia a partir do lixo, ou resíduos sólidos urbanos (RSU).