Saúde

Paciente dado como morto é encontrado vivo no necrotério da UPA de Palmeira dos Índios

O caso aconteceu entre a noite de segunda (1º) e a manhã seguinte

Por 7Segundos 03/09/2025 17h05 - Atualizado em 03/09/2025 17h05
Paciente dado como morto é encontrado vivo no necrotério da UPA de Palmeira dos Índios
UPA de Palmeira dos Índios - Foto: Reprodução/Internet

Um paciente de 90 anos, dado como morto na madrugada de terça-feira (2), foi encontrado com sinais vitais no necrotério da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Palmeira dos Índios, no Agreste de Alagoas. O caso aconteceu entre a noite de segunda (1º) e a manhã seguinte.

Segundo a UPA, o idoso deu entrada no dia 1º de setembro e recebeu atendimento conforme protocolos médicos. Por volta das 2h30 do dia seguinte, ele sofreu uma parada cardiorrespiratória (PCR). Após avaliação multiprofissional — com médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem — e um eletrocardiograma (ECG) que confirmou a ausência de batimentos cardíacos, foi constatado o óbito.

O paciente permaneceu cerca de uma hora sob observação na chamada “área vermelha” e, sem apresentar sinais vitais, foi encaminhado ao necrotério.

No início da manhã, familiares solicitaram ver o corpo e perceberam que o idoso ainda apresentava movimentos respiratórios. A equipe foi acionada e reconduziu o paciente imediatamente à sala de atendimento crítico. Novos exames confirmaram a presença de pulso e respiração, e medidas de suporte foram retomadas.

A direção da UPA afirmou que não foram identificadas falhas técnicas, médicas ou de enfermagem no atendimento, e que todos os registros e exames estão disponíveis para análise das autoridades competentes. O caso será revisado pelo Núcleo de Segurança do Paciente e pela Comissão de Revisão de Óbitos.

De acordo com a nota, no momento em que voltou a apresentar sinais vitais, o paciente não respondia a estímulos, mas continuava recebendo cuidados na unidade.

Confira a nota na íntegra:

NOTA TÉCNICA DE ESCLARECIMENTO

Esclarecimentos sobre o atendimento ao paciente de 90 anos, da data entre 01 e 02/09/2025.

A UPA de Palmeira dos Índios/AL esclarece, de forma técnica e transparente, os fatos envolvendo o paciente acima identificado, visando resguardar a informação correta à família e à comunidade, bem como a integridade do trabalho multiprofissional desenvolvido na unidade.

No dia 01/09/2025: o paciente deu entrada na UPA, foi acolhido e encaminhado para avaliação e tratamento, conforme protocolos assistenciais vigentes, com registros em prontuário.

Na data 02/09/2025 – 02h30: o paciente apresentou uma parada cardiorrespiratória (PCR). Foram instituídas as medidas cabíveis, incluindo monitorização, verificação de pressão arterial e pulso por mais de um profissional (técnicos de Enfermagem, enfermeiro e médico) e eletrocardiograma (ECG), que constatou a AUSÊNCIA DOS BATIMENTOS CARDÍACOS.

Após aproximadamente 1 hora, em observação na área vermelha, MANTEVE-SE A AUSÊNCIA DE SINAIS VITAIS. Após a checagem multiprofissional, o paciente foi encaminhado ao necrotério pela equipe de maqueiros.

No Início da manhã de 02/09/2025: o médico de plantão emitiu a Declaração de Óbito. À pedido da família, procedeu-se a visualização do paciente no necrotério e, nesse momento, os familiares identificaram movimentos respiratórios. O paciente foi imediatamente reconduzido à área vermelha, onde se confirmou presença de respiração e pulso. Foram retomadas as condutas e todos os cuidados cabíveis. Apesar da respiração, não havia resposta a estímulos naquele momento. Registra-se que, antes do evento inicialmente interpretado como óbito, o paciente estava entubado e, ao voltar do necrotério, estava respirando no suporte ventilatório (Máscara de Hudson).

Não foram identificadas falhas técnicas, médicas ou de enfermagem no atendimento prestado, à luz dos registros e das avaliações multiprofissionais documentadas.

Procedimentos adotados:
• Avaliação e checagem multiprofissional (médico, enfermeiro e técnicos de Enfermagem) da presença de sinais vitais;
• ECG realizado, demonstrando ausência de batimentos no momento da PCR;
• Monitorização e observação em área crítica (área vermelha), por período adequado à confirmação clínica da ausência de sinais vitais;
• Emissão de Declaração de Óbito pelo médico de plantão, observando os achados vigentes à época da avaliação;
• Imediata reversão do fluxo assistencial e retomada do cuidado intensivo, assim que identificados respiração e pulso, com comunicação à família.

Esclarecimentos importantes:
• Não foram identificadas falhas técnicas, médicas ou de enfermagem no atendimento prestado, à luz dos registros e das avaliações multiprofissionais documentadas;
• O caso permanece à disposição para análise pelas instâncias competentes (p. ex.: Núcleo de Segurança do Paciente/Comissão de Revisão de Óbitos), reforçando o compromisso institucional com a qualidade assistencial, transparência e segurança do paciente;
• Todos os registros assistenciais e exames (incluindo traçados de ECG e evoluções em prontuário) estão disponíveis, nos termos da legislação aplicável, para as autoridades e para a família.