Clau Soares

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A selvageria entre torcidas de futebol

09/12/2013 18h06

A cena do domingo (08/12) deixou aficionados (e até quem não se importa tanto) por futebol estarrecidos diante da brutalidade dos membros das torcidas durante a partida do Vasco e Atlético – PR, em Joinville. No lugar de diversão, guerra. Ataque em massa, pessoas sangrando, outras correndo. Não havia futebol, apenas selvageria.

Em Alagoas, o domingo também teve sua própria tragédia. Nas areias da Praia da Pajuçara, um jovem torcedor do CSA foi executado por membros da torcida rival, do CRB. A única justificativa para o crime foi a de que ele transitava na área que pertence aos regatianos.

O futebol deveria ser uma paixão, como o dizem os próprios torcedores. No entanto, ele tem sido usado como desculpa para atos criminosos. Agredir tão cruelmente outras pessoas que estão no mesmo espaço para ver uma partida ou matar porque o membro de um time rival passava pelo “reduto” de outro time é irracional e, acima de tudo, é crime.

Este ano, no mês de setembro, em Arapiraca, também houve um caso similar. Um jovem foi baleado na barriga em virtude da rivalidade entre torcidas de Sergipe e do ASA. Na ocasião, o Tiradentes e o Sergipe jogavam no Estádio Coaracy da Mata Fonseca. Por precaução, os torcedores da Mancha Negra haviam sido proibidos de entrar no estádio. O confronto, no entanto, aconteceu em frente ao Fumeirão, deixando uma vítima ferida e um clima de tensão.

Do nacional ao local, a gravidade dos atos de tais torcedores é a mesma. Torcer para um time significa representá-lo, mostrar que está ao lado dele, na vitória, na derrota, nos empates. A disputa da bola acontece apenas dentro daquele retângulo verde. É ali que há vencedores ou derrotados. E ainda assim nada é definitivo. Os times sempre voltam a se enfrentar, mais cedo ou mais tarde.

Ao usar o time como “razão” para violentar o outro, o torcedor coloca seu desejo de violência gratuita à frente do amor pelo time e isso destrói a beleza de torcer por uma entidade.

Não importa se o time está na Série A, B, C, o importante é manter a fé nele. Isso pode soar piegas, mas o futebol é um sentimento inexplicável e bonito. Não deixemos que ele se transforme em sinônimo de violência.

Sobre o blog

Jornalista, especializada em Comunicação Empresarial. Assessora de comunicação. Interessada em cultura digital, empreendedorismo e pessoas.

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