Rogério Ferreira

Rogério Ferreira

Rogério Ferreira

Arapiraca, pobre densidade demográfica

22/06/2014 10h10
Arapiraca, pobre densidade demográfica

A esmo e ao léu um grande descaso

Com a mesma velocidade que a cidade cresce, aumenta o número de mendigos. Quem passar pela Praça Luiz Pereira Lima, no centro da cidade, vai perceber várias pessoas tendo como teto marquises de estabelecimentos comerciais. Em um deles, dorme quase todas as noites, João Batista, de 27 anos, que deixou mulher e filhos em Palmeira dos índios e veio tentar a sorte nas ruas da Capital do agreste. Questionado sobre se ele pensa em voltar a conviver com a família, João diz que prefere as ruas, onde é livre e que quando sente saudades das filhas vai visitá-las. João diz ainda que sobrevive de venda de objetos encontrado no lixo ou doações.

Na praça marques também no centro, existem diversas pessoas morando e vivendo de esmolas, entre elas, Rafaela de 21 anos, onde outrora deixou o marido e 4 (quatro) filhas, e veio morar nas ruas de Arapiraca. Perguntado se ela frequenta os abrigos que existem na cidade, Rafaela diz que tem medo de obrigarem a ficar presa e não ter acesso aos amigos e a sua liberdade. Já Benedito que é deficiente físico, relatou que também prefere as ruas, a estar com a família onde as desavenças eram constantes. ´´Eu sobrevivo de esmolas e não gosto de frequentar esses abrigos que proíbe a gente até de fumar, prefiro pedir comida e dinheiro``. Ressaltou Benedito.

Carlos também morador de rua e catador de latinhas diz que sobrevive da fabricação de cinzeiros artesanais e veio de Natal há quase dois anos. Perguntado se ele pensa em voltar a viver na cidade onde nasceu ele diz que prefere as ruas de Arapiraca, ninguém o agride, já as pessoas, têm bom coração, sempre ajudam, ao contrário de outras cidades.

De acordo com a coordenadora da proteção social especial do município, Millian Castro, a prefeitura mantém na Rua Professor Domingos Correia o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua, o (Centro POP), um abrigo que funciona de 08:00 ás 17:00 horas, de segunda a sexta, e oferece aos moradores de rua terapia ocupacional, palestras, grupo de auto ajuda, higiene pessoal, café da manhã, almoço e lanche.

Já a coordenadora do centro POP Arapiraca, Telma Freira relatou que dispõe de assistente social, orientador social, psicóloga, técnica de enfermagem, monitores, além de realizarem o encaminhamento para a retirada de documentos pessoais. Ela afirmou ainda que uma equipe vai aos locais definidos onde é feita uma abordagem e eles são convidados a irem ao abrigo. Telma relata ainda que são atendidos diariamente no centro POP entre 13 e 15 moradores de rua, e que até o final do ano a prefeitura vai abrir um albergue para aqueles que não têm onde passar a noite.

O assessor de imprensa da Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS), Max Farias, comunicou que a população também pode ajudar, doando roupas, calçados e cobertores. Max diz ainda, que o abrigo não é só para moradores de rua, é também para pessoas que utiliza da rua como espaço de sobrevivência.

A reportagem também conversou com o Padre Murilo, para saber quais os motivos do fechamento do albergue que era mantido pela Igreja Nossa Senhora do Bom Conselho, no centro de Arapiraca. Ele relatou que foi por falta de segurança, e que muitas vezes a vida dos voluntários era colocada em risco. O padre disse ainda que tinha a ajuda de um vigilante municipal, o José Otavio, que diariamente era acionado para controlar as brigas que acontecia no abrigo, onde eram encontrados diversos objetos ilícitos, como drogas e facas.

O que se ver, é que Muitos torcem o nariz, circulam a passos largos, mudam de calçada e até fingem, que não estão vendo nada, mas quem trabalha no centro de Arapiraca já percebeu que o número de moradores de rua vem crescendo cada vez, mais.