Mais um caso de homicídio em um bar de Arapiraca. Mais um caso da violência assustadora que nos estarrece a cada dia.

Mais um cidadão armado que mata por uma discussão banal. Até quando iremos assistir a essa violência cultural de nossos arapiraquenses?

O que pensa um homem armado? Que poderes a arma dá a ele? Por que tirar uma vida assim do nada?

Perguntas que não sabemos responder, e nem mesmo o cidadão que se torna um assassino por estar armado e faz o uso indevido do objeto que seria para o proteger. Será?

Que proteção a arma poderá lhe dar se, na verdade, ela faz vítima de quem não a sabe usar?

A Campanha Nacional do Desarmamento recebeu pouco mais de 600 mil armas que foram entregues pelas pessoas que tiveram consciência de que não precisavam estar armadas ou que foram vítimas da própria arma em suas casas, na rua ou em um bar.

O caminhão do desarmamento esteve aqui em Arapiraca durante três semanas de março do ano passado. A campanha, feita pelo governo federal e com o apoio dos governos estadual e municipal deveria ocorrer sistematicamente.

A campanha existe baseada em estudos que apontam que a redução de armas de fogo em circulação tem efeito direto na diminuição da violência e dos índices de homicídios.

O coordenador da campanha em Alagoas, Adalberto Sá Júnior, afirma que a cada arma recolhida há menos uma pessoa assassinada.

Diante dessa afirmação, a arma não garante segurança a ninguém. Muito pelo contrário. É sinônimo de violência e morte.

Para cada arma de calibre entregue à campanha, o cidadão é indenizado em até R$ 450 e ainda terá sua identidade preservada. Você pode participar da campanha pelo site www.entreguesuaarma.gov.br ou pelo telefone 194.

Vamos nos conscientizar e mudar, mesmo que lentamente, essa mentalidade alagoana de que ser valente é quem tem uma arma na cintura.

Ser valente é saber dialogar. É saber respeitar o próximo sem usar a violência como pretexto para aumentar ainda mais a criminalidade.

Ser valente é ser um cidadão desarmado de calibre ou de arma branca. Ser valente é ser consciente de que a palavra vale mais do que uma bala cravada no peito de que não pode se defender através do diálogo.

Cidadãos que matam, até quando?