Logo após a tragédia que matou Eduardo Campos, candidato a presidente da República pelo PSB, e mais outras seis pessoas, numa conversa entre jornalistas no whatsapp um deles se surpreendeu com as negociações políticas sobre quem o substituiria.

Até que não seria surpreendente se esses rumores não fossem na própria quarta-feira, 13, dia do trágico e fatal acidente.

Como já disse, logo após esse episódio, a jornalista política Cristiana Lobo, da Globo News: “na política não há espaço vazio”.

É verdade, não há. Não só porque o partido, o PSB, teria o prazo de dez dias por conta das eleições deste ano e do que rege a Lei Eleitoral. Mas, pelo fato, também, de ainda pesar o clima de comoção sobre a morte de Campos.

O atual presidente do partido, Roberto Amaral, bem falou ao afirmar que se deve esperar enterrar Eduardo Campos para, em seguida, debruçar-se sobre a questão.

No entanto, a carta da sigla já foi lançada e Marina vai mesmo substituir Campos. A princípio vai tomar força. Depois não se sabe ao certo que trajetória irá tomar rumo ao Planalto.

Que vai incomodar o PT e o PSDB, assim como Campos o fez, é uma certeza. Entretanto, ninguém o substituirá.

Campos foi uma daquelas figuras emblemáticas que aparece vez por outra como uma esperança capaz de salvar a Nação. Uma força. Um equilíbrio. Um brilho. Considerado um expoente da nova geração da política brasileira.

Até o momento, dificilmente outro com essas características aparecerá nesse cenário tão carente de virtudes familiares.

Como se viu, ao meio às arrumações de corpos e translados, funerais e sepultamentos, as negociações políticas vão se arrumando entre os espaços vazios.

É como se ela não desse trégua para dor, lágrimas, sentimentos. A política é assim: fria, cruel.

Os eleitores bem que deveriam agir assim, da mesma forma. Talvez os políticos se surpreendessem mais, respeitassem mais.

Que Campos e os demais descansem em paz.

Na política, não há espaço vazio.