Fábio Lopes
Agra e Cezar: racha e compra de votos
Na sequência da série de entrevistas na TV Gazeta aos candidatos ao governo de Alagoas, o quarto entrevistado foi Mário Agra do PSOL, na noite dessa quinta-feira (21).
A ordem dos entrevistados foi definida pela pesquisa realizada pelo Ibope e divulgada pela emissora.
Mário Agra está na corrida pelo governo depois de não ter alcançado êxito em campanhas pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), desde 2006, para deputado, prefeito, vereador e governador, em 2010.
Em campanhas anteriores Mário Agra não chegou a 2% das intenções de voto e, segundo ele, está na luta para ocupar o Palácio República dos Palmares pelo nível de insatisfação da população com a atual situação política do estado.
“Pesquisa e resultados eleitorais mudam muito. Figuras que não se elegiam, de repente, foram eleitas majoritárias neste país e aqui em Alagoas”, disse Mário Agra, justificando sua corrida governamental.
Num discurso insosso e meio pragmático, Agra afirmou fazer política certa, como exige a legislação, porém o partido não dispõe de tempo suficiente no horário eleitoral, apenas 54 segundos para expor suas propostas.
Agra frisou que a elite política alagoana, sem citar nomes, atua na compra de votos. Ele foi enfático ao afirmar que a situação política em Alagoas é muito cruel e explicou:
“Acostumou-se aqui em Alagoas, os candidatos receberem muitos milhões. Tem gente envolvida com várias empresas para comprar votos, tem gente envolvida com doleiros para receber dinheiro do tráfico de drogas, e todo mundo sabe disso, é assim que funciona a política no Estado de Alagoas”, afirmou Agra em tom de desabafo.
Sobre os desastrosos índices sociais de Alagoas, Agra disse que vai priorizar educação, saúde e segurança pública que são um caos. Ele disse que tem alternativas para o estado:
Primeiro, a questão do pagamento da dívida pública. Segundo ele é uma imoralidade e uma ilegalidade. “Vamos fazer uma auditoria”, disse caso seja eleito governador.
Segundo, o benefício fiscal que disse ser um problema grave. “O estado beneficia alguns empresários e Alagoas é quem sofre sem arrecadar suficiente para investir em educação, saúde, segurança pública”, finalizou Agra enfatizando que quem sofre é a população sem o apoio do poder público.
O candidato pelo PSDB para o governo de Alagoas, Júlio Cezar, caiu de paraquedas, em meio à renúncia do candidato Eduardo Tavares. Logo no início da entrevista ele reconheceu que precisa conquistar o eleitorado nas ruas.
“O racha que houve dentro do partido (do governador) não deve prejudicar o meu desempenho, uma vez que o partido tem projeto político. O apoio político é importante, mas é mais importante ainda contar com o apoio das ruas”, rebateu Júlio Cezar, o jornalista e vereador de Palmeira dos Índios.
Cezar disse que está comprometido com o cargo de candidato ao governo e que o partido tem projetos importantes realizados no estado e muito a fazer.
“Sinto-me preparado para governar o estado acompanhado de uma equipe técnica competente que ajudará a melhorar os indicadores sociais de Alagoas em todas as áreas”, disse Júlio Cezar se mostrando com segurança.
Ele disse que é preciso corrigir o que não deu certo, referindo-se ao próprio governo do partido, e fazer a transformação que é preciso.
“Com relação aos indicadores negativos é pra se indignar em algumas áreas, mas em outras áreas aconteceram avanços, inclusive na economia de Alagoas”, relatou, frisando que a educação é o maior desafio por ser um instrumento de transformação social.
“Quem veio de onde eu vim não tem medo de desafios”, apontou Júlio Cezar.
O blog vai acompanhar a entrevista de todos os candidatos ao governo de Alagoas. Leia e faça sua análise aqui.
Sobre o blog
Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco. Assessor de comunicação da SMTT Arapiraca, professor de Comunicação e Expressão do Senac Arapiraca. Blogueiro com experiência em TV, Rádio, Impresso, Online e Assessoria de Comunicação nos Estados de AL, PE e MA.