Fábio Lopes
1º debate: o duelo de Aécio e Dilma rumo à Presidência do Brasil
Quase que chegaram juntos. Aécio Neves (PSDB) foi o primeiro a chegar à sede da TV Bandeirantes, em São Paulo, seguido de Dilma Rousseff (PT), pouco antes das 22h, dessa terça-feira (14).
Ele desceu do carro sorridente, cumprimentou eleitores e falou com jornalistas. Disse que estava pronto para apresentar suas propostas para o país. Ela, desceu do carro séria, não cumprimentou ninguém, e foi logo falar com jornalistas e apenas comentou sobre a ampliação dos programas sociais.
No estúdio da Band, Dilma Rousseff foi de terninho branco, não vestiu a armadura vermelha do PT. Foi a primeira a se apresentar. Ressaltou as questões dos programas sociais. Aécio Neves, de terno cinza escuro e gravata azul de seda, apresentou seu perfil e confirmou que irá manter o programa Bolsa Família, que é de origem do programa Bolsa Escola do governo do PSDB, na era de Fernando Henrique Cardoso, o FHC.
Nas perguntas, Dilma Rousseff questionou sobre a saúde de Minas Gerais e da dívida de R$ 7,6 bilhões que o governo do candidato do PSDB teria deixado.
Aécio Neves contestou e mostrou que o governo de Minas Gerais é considerado pelo próprio Ministério da Saúde, do governo de Dilma, como um dos estados que mais cresceram na saúde pública. Ele disse que a candidata estava desinformada e que o Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) aprovou as contas da saúde, assim como o Tribunal de Contas da União (TCU).
Dilma insistia em falar da saúde de Minas Gerais e chegou a bater no microfone, com sinais de nervosismo, ao frisar sobre o Samu – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Minas Gerais que não atendia a 45% da população. Aécio Neves frisou sobre o atendimento do Samu e que a saúde é reconhecida pelo próprio governo de Dilma.
Na verdade foi um confronto entre os dois quase que o debate inteiro. Aécio Neves chegou a pedir que a candidata Dilma Rousseff tivesse compromisso com a verdade e falasse de números concretos e não fantasiosos.
Aécio Neves lembrou a importância da criação do Plano Real no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC), o que contribuiu para o fortalecimento da economia do país até hoje. Porém, ele ressaltou a recessão que o país vive hoje e a fragilidade da economia brasileira deixada, até agora, pelo governo do PT.
Dilma Rousseff se sustentou praticamente nos programas Bolsa Família e Pronatec, destacando os números atingidos de 50 milhões e 8 milhões de beneficiários respectivamente. Este último para a capacitação profissional.
As farpas se soltaram quando o centro das atenções se voltaram para a corrupção. Ela declarou nepotismo no governo de Minas Gerais quando Aécio foi governador do Estado entre os anos de 2003 e 2010. Ele a questionou e pediu que ela dissesse qual foi o cargo que parentes dele trabalharam no governo de Minas. Ela não soube responder.
Sobre o escândalo atual da Petrobras, Aécio Neves destacou a corrupção do PT afirmando que a candidata elogiou o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa. Como resposta, Dilma lembrou o caso do aeroporto construído por Aécio no interior de Minas Gerais, perto de propriedades da família dele.
E assim se sucederam entre farpas e provocações como já era esperado, embora ambos reforçaram alguns pontos de suas propostas de governo na educação, saúde e em uma ou outra frase sobre segurança. Entretanto, muito pouco.
Ainda sobre a Petrobras Aécio disse que a candidata do PT não tomou a atitude esperada pelo Brasil sobre o caso. Ela revidou falando de escândalos no governo de FHC. Ele sorriu e disse que ela “compara coisas muito diferentes’. E que o caso da Petrobras é extremamente grave.
Dilma pediu para ele explicar sobre o aeroporto do interior de Minas, sem resposta e alterou o tom ao falar de nepotismo. “Eu quero dizer que nepotismo é crime”, disse Dilma.
Aécio declarou que ela teria obrigação de afirmar onde a irmã dele trabalha e disse que ela mente. “A senhora mente aos brasileiros para ficar no governo. Ele o nível do debate”, rebateu Aécio Neves, dizendo que terminou seu mandato sem qualquer denúncia, sem responder a nenhum processo.
Aécio Neves disse que o que mais tem ouvido por onde anda no país é a palavra libertação. “Nos liberte desse governo do PT”, disse ele.
Sobre economia, Dilma pontuou: “o senhor indicou um ministro da Fazenda que por duas vezes deixou a inflação superar o limite acima da meta”.
Ao final, ambos fizeram as considerações finais e ressaltaram a importância de cada um deles serem eleitos para colocar em prática o crescimento do Brasil.
Essa prática se dará no próximo dia 26, quando voltaremos a nos encontrarmos com as urnas para elegermos o presidente do Brasil.
Sobre o blog
Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco. Assessor de comunicação da SMTT Arapiraca, professor de Comunicação e Expressão do Senac Arapiraca. Blogueiro com experiência em TV, Rádio, Impresso, Online e Assessoria de Comunicação nos Estados de AL, PE e MA.