Sou dessas que valorizam gente difícil. Isto porque há algo que me entedia profundamente: gente fácil. Nada mais lamentável.

Você acorda em um dia daqueles. Tudo está dando pra trás. O que uma pessoa fácil faz? Nada. Ela prefere não se intrometer porque acredita que manter distância ajuda. E se o problema está com ela, tanto melhor, vai continuar ali quietinho. Probleminha de estimação.

A pessoa difícil, por seu turno, vai mandar você se tocar, dar aqueles conselhos e ficar enfurecida com sua falta de visão de futuro. Talvez chame para um café de onde surgirão as melhores risadas da semana. 

Gente fácil quer, naturalmente, que tudo seja muito fácil. Não vê problema em nada. Tudo está sempre muito bom, muito lindo. Dá até para confundir com estátuas. Pa-ra-li-sa-das.

Gosto mais de quem me sacode, desafia, surpreende, coloca-me diante da esfinge. Decifra-me ou devoro-te.

Se viver é algo tão sem expectativas, às vezes, imagina como seria não ter alguém muito difícil que te dá aquele tapa na cara (nada literal aqui) para você sair da famigerada zona de conforto e mudar a vida. 

As pessoas fáceis que me perdoem, mas estar vivo, insatisfeito, buscando o novo, enfrentando as dificuldades, é muito fundamental.