Paulo Marcello

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Renan vota pela aprovação da venda direta de etanol das usinas para postos de combustíveis

Proposta pretende aumentar a concorrência e diminuir o preço final para consumidores

20/06/2018 08h08
Renan vota pela aprovação da venda direta de etanol das usinas para postos de combustíveis

O senador Renan Calheiros (MDB) é favorável à proposta que autoriza a venda de etanol diretamente do produtor aos postos de combustíveis em todo o país. Na sessão do Senado, nesta terça-feira (19), foram 47 votos a favor e apenas dois contra.

A proposta é de autoria do senador Otto Alencar (PSD-BA), que pretende aumentar a concorrência no mercado de combustíveis e, consequentemente, diminuir o preço final para o consumidor. O projeto de resolução (PDS 61/2018) segue agora para votação na Câmara dos Deputados.

O projeto susta o artigo 6º da Resolução 43/2009, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Esse artigo determina que um produtor de etanol (fornecedor) só pode comercializar o produto com outro fornecedor cadastrado na ANP, com um distribuidor autorizado pela agência ou com o mercado externo.

Entretanto, conforme explicou a líder do MDB no Senado, senadora Simone Tebet (MDB-MS), a resolução está de acordo com a legislação vigente e, assim, a melhor saída seria o Congresso alterar a legislação por meio de um projeto de lei e não apenas sustar o decreto. Mesmo assim, a senadora disse apoiar o objetivo principal da proposta e preferiu não direcionar o voto, liberando a bancada do MDB.

Renan Calheiros comentou que a proibição de comercialização direta é uma reserva de mercado que estimula o oligopólio.

“As distribuidoras hoje são apenas atravessadores. É um privilégio absurdo”, disse o senador alagoano.

Já Otto Alencar disse que seu projeto trata do álcool hidratado, que é vendido nas bombas de combustível para automóveis, e não do álcool anidro, que é usado para ser misturado na gasolina. O senador afirmou que esse mercado está cartelizado e oligopolizado, o que acaba aumentando o preço final ao consumidor. Ele acrescentou que os produtores não serão obrigados a vender o biocombustível diretam ente, mas terão mais essa possibilidade.

“O projeto não vai impedir que nenhuma distribuidora credenciada pela Agência Nacional do Petróleo deixe de distribuir. Absolutamente! Elas vão continuar distribuindo. O que o projeto faz é dar oportunidade a que surjam outras distribuidoras, inclusive no Nordeste, para distribuir em igualdade de condição e, com isso, aumentar a competitividade e baixar o preço do álcool hidratado na bomba, que sai a R$1,57 da usina e é vendido a R$3,50 na bomba, porque há distribuidoras que são credenciadas pela ANP e, como tal, dominam num oligopólio que precisa ser quebrado no Brasil”, afirmou.