Apesar de não ter conseguido a reeleição em outubro, a deputada federal Tereza Nelma foi indicada pelo PSD para a comissão de transição do futuro governo Lula (PT). Em entrevista ao programa Na Mira da Notícia Arapiraca, Nelma mostrou-se à vontade na sua nova legenda, e aproveitou para alfinetar seu antigo partido, o PSDB - e de quebra, o seu presidente à época, o senador Rodrigo Cunha.

Durante todo o período em que esteve à frente da legenda, Cunha viveu às turras com Tereza - ambos deixaram a legenda na janela de abril deste ano. “Estou bem no PSD. Sou muito prestigiada e valorizada, e é um partido em que se conversa. O PSDB acabou, ele já foi um partido. Fui do partido por 12 anos, e nos últimos tempos não houve sequer uma reunião. Rodrigo Cunha acabou com o partido, porque ele não é uma pessoa de partido, não tem essa formação”, disse Tereza.

Ao falar sobre a falta de recursos que a comissão de transição tem encontrado no orçamento para 2023, Tereza apontou as emendas de relator, chamadas de Orçamento Secreto, como o destino final do dinheiro que falta ao executivo. “RP9. É um dos motivos que desmantelou mais ainda nosso país”, disse a deputada.

“Até o governo Temer, os ministérios é que tinham os recursos para executar projetos. Com a criação do orçamento secreto os ministérios não têm dinheiro e dependem dos parlamentares. Os prefeitos hoje vão a Brasília e não procuram mais os ministérios, procuram a câmara e o senado”, afirmou.

Apesar de estar trabalhando de forma destacada na área de desenvolvimento social do futuro governo, Tereza disse que não foi convidada para fazer parte da gestão de Lula a partir de janeiro, mas não escondeu que se for convidada, pretende continuar em Brasília.