Blog do André Avlis
O Brasil condena o racismo sofrido por Vini Jr. na Espanha, mas é tão racista quanto
A cada 23 minutos, um jovem negro é morto no Brasil
Um garoto de 22 anos, negro, está se tornando símbolo de uma luta diária, secular. Gigantesca.
Vinícius Jr. apontou o dedo na cara de uma sociedade racista e olhou nos seus olhos para avisar que "Chega!".
Se tornou símbolo de imponência através da sua intolerância contra o intolerável - uma afronta para quem usa o preconceito como arma.
No entanto, o mesmo país que se orgulha de Vini por sua força, tenta esconder que é tão Espanha quanto o próprio Brasil.
A clara manifestação de que é muito melhor apontar erros do que se olhar no espelho e ver uma íntima semelhança.
O Brasil é racista! Só não admite.
Um lugar com um mal estrutural arraigado e enraizado originário de um período escravocrata que em seu pós jogou o povo preto à próprio sorte.
Sem saúde, moradia, segurança e educação. Desumanizando e arrancando a dignidade de um povo.
Ações orquestradas que se tornaram discriminação racial sistemática presentes nas estruturas sociais, atuantes e vigentes.
Deixando uma ferida aberta que produz um abismo social pungente. Basta ver e perceber quem são e onde estão os mais pobres e miseráveis, quem ocupa os subempregos, quem é discriminado diariamente e quem é morto a cada 23 minutos.
O Brasil vive um Apartheid em em seu cotidiano e se cala diante disso. Um modus operandi criado através da falsa "democracia racial". Um mito criado para dizer que há igualdade onde nunca teve.
Por isso, é importante se juntar a Vini nessa luta. Mas antes disso, é preciso combater o mesmo racismo praticado por aqui.
Se olhar no espelho e admitir que nosso país é tão racista quanto a Espanha.
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