Os movimentos políticos promovidos pelo Palácio Zumbi dos Palmares nas últimas semanas desmentem o que alguns analistas da política querem tornar verdade: a ideia de que o MDB não fará força para vencer as eleições em Maceió.

Durante a semana, blogueiros da área têm se empenhado em fortalecer a narrativa de que o núcleo duro do grupo palaciano - leia-se Paulo Dantas e Marcelo Victor - não terão candidato na capital, ou que não "farão força" para lançar um nome competitivo à cadeira de JHC.

Essa avaliação não condiz com os últimos movimentos realizados pelos articuladores do governo. Há uma semana, mesmo com agenda externa, o governador recebeu pessoalmente no palácio um grupo de oito vereadores da capital, com intuito de debater uma ação coordenada da sua bancada na Câmara.

Nos bastidores, os articuladores de Paulo Dantas não escondem a pressão exercida a vereadores do MDB para que atuem em oposição a JHC - o blog publicou há alguns dias o desencontro entre governo e Silvania Barbosa, vereadora emedebista que supostamente anda com o 'pé em duas canoas'.

Ou seja, o intuito do grupo é bem claro: montar uma bancada de vereadores consistente, que faça o contraponto ao prefeito; desgastá-lo politicamente de fora pra dentro, e ao mesmo tempo dar força ao seu nome majoritário, que ainda não foi lançado.

A decisão de ter um nome competitivo em Maceió não deriva da vaidade de Dantas ou de Marcelo Victor. Demarcar terreno na capital e manter acesa a oposição a JHC é essencial no projeto de manutenção do governo do estado pelo grupo em 2026.

Afinal, ninguém vence uma eleição estadual sendo mal votado na capital, que representa quase 40% do eleitorado total de Alagoas. Xadrez sendo jogado.