Futebol

Adhemar quer ser presidente do São Caetano

Por Band 01/10/2014 09h09
Adhemar quer ser presidente do São Caetano
Adhemar comemora vice-campeonato da João Havelange em 2000 pelo São Caetano - Foto: Jorge Araújo/Folhapress

A derrota do Caxias para o Guarani por 1 a 0, na última segunda-feira, fez com que o São Caetano amargasse o rebaixamento para a Série D em 2015.

Apesar da melancólica situação, o ex-atacante Adhemar, vice-campeão brasileiro em 2000 diante do Vasco e maior artilheiro da história do time, com 68 gols, pensa em comandar o clube do ABC no ano que vem. “Quero me candidatar a presidente do São Caetano em 2015”, revelou Adhemar.

“Estou iniciando as conversas e tenho interesse em suceder ao Nairo (Ferreira atual presidente) nas eleições que acontecem em abril do ano que vem”, completou o ex-atacante.

Adhemar, que teve três passagens pelo clube (1997/2001, 2002/2004 e 2006), garantiu que tem toda a identificação com o ex-time. “O São Caetano está para o Adhemar, assim como Adhemar está para o São Caetano”, sentenciou.

Ele destacou ainda que, em Porto Feliz (SP), onde reside com a família, é lembrado até hoje por sua passagem pela equipe do ABC. “Eu tenho um amor e carinho muito grande pelo São Caetano. Nas ruas, as pessoas me questionam sobre a situação no clube como se ainda estivesse lá”.

“Perplexo” com o rebaixamento à Série D

Adhemar disse que assistiu, atônito, à queda do São Caetano no Brasileiro da Série C. “Não só fiquei sabendo da queda, como vi ao vivo. Não chorei, claro que não deixei transparecer, mas fiquei chateado quando fui dormir à noite, triste mesmo. Hoje de manhã ainda mandaram pra mim uma foto do Fumagalli (que fez o gol do Guarani) me ‘zoando’ (risos)”.

Ele garantiu que nunca pensou em encontrar o São Caetano nessa situação. “Sabia que seria difícil o clube se manter na ponta, mas que pelo menos estivesse em uma colocação mais intermediária”, lamentou.

O ex-atacante disse não se conforma com a situação em que o clube se encontra atualmente e defendeu uma grande reformulação no elenco. “Primeiro tem que dar tempo pra um treinador trabalhar, pois a casa está toda desarrumada. Também é preciso avaliar os contratos que foram feitos com alguns jogadores. Não tem que ficar esperando pra dezembro, pra não fazer nada na correria, para ter tempo suficiente pra disputar a Série A-2 do Paulista com um time descente”.

Adhemar lembrou ainda que a queda para a Série D foi um prenuncio do que aconteceu no Estadual desse ano. “O São Caetano escapou da Série A-3 na última rodada”, lembrou.

O ex-jogador de 42 anos também enumerou os vários motivos que fizeram com que o time caísse para a quarta divisão do futebol nacional. “Aconteceram muitas trocas de treinadores, que não conseguiram emplacar seus trabalhos. Essa mudança constante de jogadores também atrapalhou muito”, destacou.

“Como anteriormente o São Caetano virou referência e realmente o mês tem 30 dias mesmo, independente de disputar as Série A, B ou C, isso acabou acomodando muitos jogadores que estiveram no clube apenas para cumprir contrato e não para jogar com amor, carinho e dedicação”, disse sem citar nomes.

Para o futuro, Adhemar espera que o time seja mais profissional na hora de contratar reforços. “Precisa olhar na cara do jogador pra saber realmente quais serão as suas pretensões”, disse. Ele até dá uma sugestão. “Serie bom se o São Caetano fizesse contratos por produtividade. Na Europa é assim. Eu joguei no Stuttgart, da Alemanha, e ganhava de acordo com as partidas em que eu jogava”, recordou.

Elogios ao “adversário” Nairo Ferreira

Apesar de pensar em enfrentar Nairo Ferreira em uma eventual disputa pela presidência do São Caetano, Adhemar elogiou o possível adversário nas urnas. “Ele tem o planejamento do sucesso e do fracasso. Ele tem como colocar lado a lado o parâmetro pra subir e cair”, disse.

“É preciso avaliar quantos e quais jogadores tinham no elenco, quantos vieram da base, quantos foram reaproveitados. Em 98 tinha o César, zagueiro, que estava em testes, o Claudecir, que veio do Noroeste, o Adãozinho, que era experiente e havia rodada quase todos os times brasileiros, o Daniel, que veio da Matonense. E te digo outra coisa: a folha salarial de hoje pagava e sobrava com o elenco daquela época”, finalizou Adhemar.