Futebol

Pikachu marca, e Paysandu arranca importante empate com o Macaé

Por 7 Segundos com Globo Esporte 16/11/2014 08h08
Pikachu marca, e Paysandu arranca importante empate com o Macaé
Charles na final da Série C - Foto: Tiago Ferreira

O destino tem o hábito pitoresco de brincar com os times de futebol. Foi ele certamente o responsável por colocar Macaé e Paysandu, rivais em 2012, novamente cara a cara, dessa vez para decidir a final da Série C do Brasileiro. O embate no Estádio Moacyrzão era indigno de batizar-se "decisão" até o momento em que o time do Rio de Janeiro voltou a contar com a falha de um goleiro adversário - olha o destino aí! - para abrir o placar, com o artilheiro João Carlos. No entanto, predestinado a sempre estragar a festa do Leão, Yago Pikachu cobrou falta despretensiosa que morreu no fundo das redes nos minutos derradeiros, selando o 1 a 1 no primeiro jogo da final.

O gol de Pikachu - que, vale lembrar, foi o protagonista do Paysandu nas quartas de final da Série C de 2012, quando a equipe eliminou justamente o Macaé e conseguiu vaga na Segundona - tem papel importante na decisão. Foi o primeiro sofrido em casa nessas fases finais pelo Macaé, que agora tem a obrigação mínima de balançar as redes no próximo dia 22, às 17h, no Mangueirão, para ficar com o título inédito.

O clube paraense, dos 20 minutos do segundo tempo em diante, foi só pressão, principalmente sob a regência dos contra-ataques de Bruno Veiga. Uma parcela desse crescimento deve-se às substituições de Josué Teixeira, técnico do Macaé, que abriu mão de um volante marcador (Tiago Pedra) para colocar em campo um meia ofensivo (Bruno Alves), quando o placar ainda estava inalterado. Conseguiu o gol, mas sofreu outro que pode ter peso significativo no segundo encontro.

Paciência x pressa

Não foi preciso ser um técnico, tampouco um especialista em futebol para decifrar as posturas mostradas por Macaé e Paysandu naquele primeiro tempo, tamanha sua nitidez. Regido por uma paciência quase entediante, o time do Rio de Janeiro tocava a bola, e tocava, e tocava... se chegasse perto da área, mas, ainda assim, não encontrasse espaço, não hesitava em retornar e começar tudo de novo. O Papão, por sua vez, era uma equipe muito bem postada defensivamente e que apostava em seus ligeiros contra-ataques - puxados, principalmente, por Bruno Veiga e Ruan. Um verdadeiro duelo de paciência x pressa foi construído no Moacyrzão.

Porém, em uma das chances mais claras do jogo, paciência foi justamente o que faltou ao Macaé: Marquinho driblou o goleiro e, de forma atabalhoada, sua finalização sequer chegou ao gol. Apesar disso, o Leão era melhor. A postura quase "zen" foi permitindo ao Macaé, pouco a pouco, ensaiar uma pressão. Filipe Machado teve a oportunidade de abrir o placar em cobrança de dois toques dentro da área, mas optou pela força ao invés do jeito. Aliás, o chute de bico foi o único jeito que encontrou Ruan em uma rara chegada da equipe paraense, já no final do primeiro tempo.

Pikachu "corrige" falha do goleiro

Na mesma proporção em que tem demonstrado competência, o Macaé também tem contado, e muito, com a sorte. Há um mês, uma falha do goleiro do Fortaleza abriu o caminho para o inédito acesso à Série B. Neste sábado, uma nova bobeira, dessa vez do arqueiro do Papão, deu à equipe a vantagem na grande final: Paulo Rafael não segurou o cruzamento de Diego, e João Carlos, esperto, pegou a bola para si e a empurrou para o fundo das redes. Pudesse escolher um momento, o time do Rio de Janeiro teria escolhido o correto para abrir o placar, pois era exatamente ali que o Paysandu crescia na partida.

Os contra-ataques do Papão, perigosos como eles só, passaram a pintar com uma frequência absurda dos 20 minutos adiante. No primeiro deles, Milton Raphael precisou fazer uma defesa cinematográfica para manter as redes intactas. Muito fácil saber que Bruno Veiga era o motorzinho do Papão, difícil mesmo era pará-lo. Sob a batuta do pequeno atacante, o Paysandu cresceu no jogou, tomou corpo. Agigantou-se. Mas não foi Bruno o autor do gol do empate. Não! Esse papel coube a Yago Pikachu, que, por volta dos 40 minutos, cobrou falta para dentro da área, ninguém desviou, e a bola morreu no fundo das redes.