Presidio do Ceará zera rebeliões, fugas e mortes com projetos de futebol
Os dias no Centro de Execução Penal e Integração Social Vasco Damasceno Weyne (Cepis), em Itaitinga, no interior do Ceará, mudaram após projetos ligados ao futebol. O projeto inclui costura de bolas e uniformes esportivos, torneios, estudo e cultura. Desde novembro de 2016, não foi registrada nenhuma rebelião, fuga ou morte. Já os três presídios vizinhos, na cidade de Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza, somam cinco fugas até junho deste ano.
São atividades que ajudam todos eles a ocupar o tempo, buscando a verdadeira ressocialização. Entre eles está Cláudio Aritana, que chegou a fazer parte da escolinha e, também, treinou entre os profissionais do Ferroviário, tradicional equipe da primeira divisão cearense. Ele está preso por Extorsão e Estelionato, e já cumpriu oito anos de cadeia, de uma pena de 17. Casado e pai de duas filhas, Aritana é um dos coordenadores do Projeto "Pincéis e Cores", do Cepis. Eles fazem pintura em telas e telhas e artesanatos.
Como funciona
Na questão dos torneios, os detentos foram divididos em 36 times de cinco atletas. Os jogos são na terça e na quinta pela manhã. s equipes representam as 180 celas de nove pavilhões. Além dos presos que praticam futebol, outros se dedicam à costura de bolas e à fabricação de uniformes. Assim, há remuneração aos detentos e redução do tempo de prisão. O projeto "Mãos livres" produz 200 bolas por mês com destino a escolas.
Fábricas
Além disso, o Cepis tem duas fábricas com o trabalho dos presos, que tentam a ressocialização por esse meio. Uma delas da D’Noite, de roupas de dormir, e a outra da Siker, principal fornecedora de material esportivodo estado. São sete mil peças por mês, com trabalho de 40 horas semanais, de segunda a sexta. Eles recebem 70% do salário mínimo (R$ 702). Por três dias trabalhados, um a menos de pena. Para o supervisor da equipe, o salário é de R$ 937. Além disso, os detentos tomam banho de sol e recebem visita dos familiares no fim de semana.