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Rayssa Leal faz história no skate: aos 13 anos, Fadinha é prata nas Olimpíadas

Mais jovem atleta brasileira da história dos Jogos, ela subiu ao pódio entre duas japonesas na estreia da modalidade nos Jogos

Por cnn 26/07/2021 06h06
Rayssa Leal faz história no skate: aos 13 anos, Fadinha é prata nas Olimpíadas
Rayssa Leal faz história no skate: aos 13 anos, Fadinha é prata nas Olimpíadas - Foto: Ben Curtis

Rayssa Leal, 13, chegou a Tóquio como a brasileira mais jovem da história das Olimpíadas 2020. Era pouco. A maranhense conquistou a medalha de prata no skate street na madrugada desta segunda-feira (26), entrando para a história como a atleta mais nova a subir num pódio defendendo o Brasil.

Conhecida também como Fadinha, pela fantasia que usava em seu início no esporte, ela terminou no meio de um pódio com duas japonesas. Momiji Nishiya, também de 13 anos, levou o ouro com 15.26, enquanto Funa Nakayama, de 16, terminou com o bronze com 14.49. A anfitriã mais bem cotada, Aori Nishimura, atual campeã mundial e número 3 do mundo, terminou no oitavo lugar.

Rayssa, que chegou a liderar a final e terminou no segundo lugar com nota 14.64, é uma das principais personagens do Brasil em Tóquio. Em 2015, ela ficou muito conhecida quando um vídeo em que andava de skate vestida de fada rodou as redes sociais e a levou a programas de televisão. No Japão, se divertiu passeando pela Vila e brincando com a lenda do esporte, Tony Hawk, que sempre dá muita atenção à skatista brasileira.

Para chegar aos Jogos com 13 anos, obviamente ela é resultado de um sucesso muito rápido. Aos 11, foi campeã brasileira, mesma temporada em que se tornou a mais jovem a ganhar uma etapa do circuito mundial. Também chegou ao vice-campeonato do mundo em 2019.

A ida para a final olímpica foi de alegria para Rayssa, mas frustrante para as outras brasileiras, que ficaram fora: Pâmela Rosa, 22, atual número 1 do ranking e campeã mundial em 2019, e Leticia Bufoni, 28, maior vencedora dos X Games e um dos grandes nomes da história.

Na madrugada anterior, Kelvin Hoefler conquistou a prata também no street, primeira medalha do Brasil em Tóquio e primeiro pódio da história do skate olímpico. O ouro ficou com o anfitrião Yuto Horigome.

Diversão

"Estou muito feliz porque pude representar todas as meninas, as que não foram para a final, a Pâmela e a Leticia, e as outras meninas do skate do Brasil. Realizei o sonho de estar aqui", disse Rayssa ao fim da disputa. "A gente pode provar que não é só para meninos".

Perguntada sobre a forma com que dançava e brincava mesmo durante uma final olímpica, Rayssa seguiu com a naturalidade de sempre. "Eu estava me divertindo, no momento mais especial da minha vida. Quando eu fico feliz, eu fico animada, me divertindo".

"Faz o que tu ama, se diverte, fica animado sempre... Eu já falei muitas vezes, mas é só diversão", finalizou já com a medalha no peito.

Alto nível

As análises prévias à competição imaginavam que as três brasileiras terminariam a disputa nas primeiras posições, conquistando medalhas ou bem próximas do pódio. É assim no atual ranking mundial - Pâmela em primeiro, Rayssa em segundo e Leticia em quarto -, e também foi assim no Mundial de 2021, com Rayssa, Pâmela e Leticia fechando respectivamente em terceira, quarta e quinta.

Mas as rivais se apresentaram bem, e não coube toda a equipe brasileira na decisão. O destaque foi para as cinco asiáticas na final, com três japonesas seguidas por uma chinesa e uma filipina. Brasil, Holanda e Estados Unidos fecharam o top-8.

Leticia ainda tinha uma chance na última manobra, mas escolheu um movimento cuja pontuação não foi suficiente. Ela terminou no nono lugar com 10.91, contra 11.77 da oitava, e admitiu a pressão de defender o país nos Jogos.