Brasil
Semiárido nordestino tem tecnologia para usar água salobra
Estas possibilidades produtivas estão incorporadas a uma política pública<br />
27/06/2012 09h09
O aproveitamento das fontes de recursos hídricos salinos e salobros é alternativa para diminuir a crise de abastecimento de água, especialmente nas zonas áridas e semiáridas do planeta. No Brasil, pesquisas realizadas pela Embrapa Semiárido (Petrolina-PE) e Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna-SP) viabilizam o uso matar a sede dos animais, criação de peixes e irrigação de plantas que toleram sais.
Estas possibilidades produtivas estão incorporadas a uma política pública do governo brasileiro, por meio do Ministério do Meio Ambiente: o Programa Água Doce. Pesquisadores da Embrapa já desenvolveram um modelo técnico para beneficiar águas salobras. De acordo com o pesquisador da Embrapa, Gherman Garcia Leal Araújo, o modelo mostra os componentes que funcionam vinculados à UD e tornam sustentável a exploração das águas salobras que existem em abundância no subsolo do Semiárido brasileiro.
O objetivo do programa é ofertar, às famílias de baixa renda nas áreas rurais da região Nordeste e norte de Minas Gerais, o acesso permanente à água de boa qualidade e com mínimo impacto ambiental. Cerca de 100 mil pessoas de 152 pequenas comunidades já se beneficiam da água potável, tratada em equipamentos dessalinizadores.
Em alguns desses locais, o programa integra ao dessalinizador tecnologias de agricultura biossalina pesquisada na Embrapa. De acordo com Gherman, o rejeito que resulta do tratamento da água, ao invés de despejado no solo, é canalizado para reservatórios onde são criados peixes da espécie Tilápia e daí é distribuído para irrigação da planta forrageira.
Quando atirado no ambiente, o rejeito afeta a fertilidade do solo e degrada a vegetação nativa. A introdução da agricultura biossalina neste sistema gera alimento e renda, e - um aspecto fundamental - reduz os impactos ambientais, afirma o pesquisador.
“Conseguimos gerar mais tecnologias que aumentam as possibilidades de uso das águas salinas, formas mais flexíveis ou robustas da criação de peixes nos tanques com água salgada e do cultivo sob irrigação sazonal tolerante ao estresse salino, com novas espécies como palma, leucena, melancia forrageira, pornunça, gliricídia, cunhã, mamona, lã de seda, sorgo ponta negra e milho caatingueiro”, garante Gherman.
Com a erva-sal já se dispunha de bons resultados: planta de boa qualidade forrageira (16% de proteína) chegava a produzir 15 t/ha/safra, e ainda conseguia retirar cerca de 10% do sal contido no rejeito usado na irrigação. Com as pesquisas financiadas pelo BNDES, os resultados já estão bem melhores: bastou um método simples e barato – aplicação de gesso agrícola no solo – para aumentar em 33,4% a biomassa, e a colheita da erva-sal subiu para 18 t/ha; por outro lado, cresceu a capacidade de retirada dos sais do solo para 34,86%.
“É preciso entender que o Semiárido apresenta características próprias e a presença de sal em boa parte dos seus solos e lençóis freáticos é uma delas, logo a 'Agricultura Biosalina' é uma alternativa fantástica a ser adotado pelos produtores da região, podendo trazer benefícios de produção e sustentabilidade, mesmo diante das alterações climáticas que se desenham e se instalam no planeta”, explica o pesquisador.
Estas possibilidades produtivas estão incorporadas a uma política pública do governo brasileiro, por meio do Ministério do Meio Ambiente: o Programa Água Doce. Pesquisadores da Embrapa já desenvolveram um modelo técnico para beneficiar águas salobras. De acordo com o pesquisador da Embrapa, Gherman Garcia Leal Araújo, o modelo mostra os componentes que funcionam vinculados à UD e tornam sustentável a exploração das águas salobras que existem em abundância no subsolo do Semiárido brasileiro.
O objetivo do programa é ofertar, às famílias de baixa renda nas áreas rurais da região Nordeste e norte de Minas Gerais, o acesso permanente à água de boa qualidade e com mínimo impacto ambiental. Cerca de 100 mil pessoas de 152 pequenas comunidades já se beneficiam da água potável, tratada em equipamentos dessalinizadores.
Em alguns desses locais, o programa integra ao dessalinizador tecnologias de agricultura biossalina pesquisada na Embrapa. De acordo com Gherman, o rejeito que resulta do tratamento da água, ao invés de despejado no solo, é canalizado para reservatórios onde são criados peixes da espécie Tilápia e daí é distribuído para irrigação da planta forrageira.
Quando atirado no ambiente, o rejeito afeta a fertilidade do solo e degrada a vegetação nativa. A introdução da agricultura biossalina neste sistema gera alimento e renda, e - um aspecto fundamental - reduz os impactos ambientais, afirma o pesquisador.
“Conseguimos gerar mais tecnologias que aumentam as possibilidades de uso das águas salinas, formas mais flexíveis ou robustas da criação de peixes nos tanques com água salgada e do cultivo sob irrigação sazonal tolerante ao estresse salino, com novas espécies como palma, leucena, melancia forrageira, pornunça, gliricídia, cunhã, mamona, lã de seda, sorgo ponta negra e milho caatingueiro”, garante Gherman.
Com a erva-sal já se dispunha de bons resultados: planta de boa qualidade forrageira (16% de proteína) chegava a produzir 15 t/ha/safra, e ainda conseguia retirar cerca de 10% do sal contido no rejeito usado na irrigação. Com as pesquisas financiadas pelo BNDES, os resultados já estão bem melhores: bastou um método simples e barato – aplicação de gesso agrícola no solo – para aumentar em 33,4% a biomassa, e a colheita da erva-sal subiu para 18 t/ha; por outro lado, cresceu a capacidade de retirada dos sais do solo para 34,86%.
“É preciso entender que o Semiárido apresenta características próprias e a presença de sal em boa parte dos seus solos e lençóis freáticos é uma delas, logo a 'Agricultura Biosalina' é uma alternativa fantástica a ser adotado pelos produtores da região, podendo trazer benefícios de produção e sustentabilidade, mesmo diante das alterações climáticas que se desenham e se instalam no planeta”, explica o pesquisador.
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