Quando você está longe do computador, você sente suas mãos ficarem suadas, boca seca e tremedeiras? Cuidado: você pode ser um viciado na internet. Conferir e-mails enquanto está na cama, visualizar a sua página na rede social pelo smartphone ou procurar um endereço através de mapas online ao invés de perguntar ao colega do lado estão virando comportamentos comuns no dia a dia de quem vive no século XXI.

A psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, Sylvia Van Enck, considera que o vício pode comprometer a vida familiar, social e amorosa. "Eles passam a se distanciar das relações não virtuais, comprometendo a vida social, a vida familiar, a vida amorosa e isso sem contar com outros problemas que vão surgindo," disse. 

O jornalista Elton Pacheco, de 25 anos não se considera um viciado em internet, mas confessa que já sentiu alguns sintomas quando se absteve da internet. "Eu sinto algumas seqüelas disso, por exemplo, eu fico impaciente, às vezes eu me pego roendo unhas, ou às vezes eu fico curioso pra saber o que está acontecendo no mundo. Eu consumo muita informação e as redes sociais e a facilidade que a gente tem hoje em tecnologia, tipo celular, ipad e outras coisas isso acaba sendo o alimento pra minha fome," informou Elton Pacheco.

A funcionária pública, Isabella Regis, também de 25 anos, revela que quem mais reclama por causa da internet no celular é o namorado. "O namorado, às vezes ele reclama, porque às vezes a gente sai e eu estou lá respondendo e-mails, respondendo coisas em site de relacionamento e chefe eu não lembro, mas é capaz de chefe já ter visto e não ter reclamado," declarou Isabella.

Para a psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Usp, Sylvia Van Enck, o vício para a internet tem cura. O tratamento consiste em atendimento ambulatorial e psicoterapia de grupo por 18 semanas.