Alagoas

Prefeito de Maribondo é afastado do cargo pela Justiça

Decis&atilde;o foi tomada ap&oacute;s gestor ter descumprido acordo <br />

25/10/2012 20h08
Prefeito de Maribondo é afastado do cargo pela Justiça
O Ministério Público Estadual (MPE), através do Núcleo de Defesa do Patrimônio Público e da Promotoria de Justiça de Maribondo, pediu o afastamento do prefeito José Márcio Tenório de Melo, o Zé Márcio (PSC), por atos de improbidade administrativa. O pedido foi acolhido pelo juiz Geneir Marques de Carvalho Filho, no início da tarde desta quinta-feira (25), para ser cumprido ainda nesta quinta-feira (25).

Zé Márcio está no final de seu primeiro mandato e não concorreu à reeleição, alegando motivos de saúde.

A ação de responsabilidade por atos de improbidade administrativa com pedido de medida liminar foi ajuizada pelos promotores Neide Maria Camelo, José Carlos Castro, Tácito Yuri de Melo e Napoleão Franco.

A medida foi tomada após descumprimento de acordo, onde o prefeito garantiu a atualização dos salários dos servidores municipais, atrasados há mais de 90 dias, no fim de setembro. José Márcio Tenório de Melo alega que o município não tem condições financeiras para atualizar o pagamento, por conta da redução na receita do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), motivada pela queda populacional, apontada pelo último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No entanto, a investigação do MPE constatou que, nos três primeiros anos de mandato do prefeito Zé Márcio, houve um acréscimo de 32,74% na arrecadação municipal, e a redução de 9,08% no FPM, registrada este ano, não é suficiente para instaurar o caos administrativo na cidade.

Os promotores disseram ter constatado um "flagrante descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal" por parte do prefeito, "uma vez que o mesmo vem descumprindo, desde o início de seu mandato, em 2009, o limite de 54% de despesa com pessoal". No primeiro quadrimestre deste ano, diz a acusação, a Prefeitura ultrapassou a marca dos 62% do orçamento do município com servidores.

O MPE afirma que a crise econômica em Maribondo é resultado da “irresponsabilidade fiscal e da postura omissiva e comissiva do atual prefeito no tocante aos gastos com pessoal nos últimos quatro anos”. Diante desse quadro, o prefeito ainda contratou pessoal e realizou concurso público, sem o devido lastro orçamentário, o que agravou a crise.

A ação destaca ainda que, de acordo com o Relatório de Auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE), o gestor agiu de forma “irresponsável” ao utilizar o recurso de Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fundeb). A verba tem como destino exclusivo e obrigatório o pagamento de pessoal da Educação.

Pela movimentação do recurso de Fundeb, a conta de aporte desta verba deveria estar com um saldo de R$ 1.838.087,35. Porém, o extrato bancário apresenta apenas a importância de R$ 7.288,37 de saldo. Como os salários dos servidores da Educação deixaram de ser pagos nos meses de julho, agosto e setembro, a situação implica em desvio de recurso no valor de R$ 1.830.790,98.

Diante das informações registradas, o MPE alegou que “a permanência de José Márcio Tenório de Melo no cargo de Prefeito de Maribondo representa, por si só, uma afronta à ordem pública, comprometendo, de forma ampla, os supremos objetivos do Estado”.

Fonte: Assessoria