Força Nacional usa tecnologia para agilizar prisões em Maceió
Foi criado um banco de fotos de suspeitos de envolvimento com crimes
Por Assessoria27/03/2013 06h06
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Policiais da Força Nacional que estão em Maceió para tentar diminuir os altos índices de homicídio têm usado smartphones durante operações de ocupação de favelas e bairros críticos.
Equipados com o aplicativo WhatsApp, policiais enviam entre si fotos de suspeitos, mapas com localização de potenciais criminosos e até fotos de mandados de prisão e de busca e apreensão, expedidos na hora pela Justiça, para tentar agilizar as detenções. O WhatsApp permite a troca de mensagens de texto e arquivos entre celulares de usuários cadastrados.
Segundo o capitão Edson Gondim, a ideia de usar o aplicativo surgiu durante as ocupações dos bairros críticos de Maceió, para desburocratizar o trabalho e torná-lo mais rápido.
Também com os smartphones, a Força Nacional começou a criar um arquivo de fotos de suspeitos de envolvimento com crimes. A Polícia Civil alagoana, segundo Gondim, não tinha um banco de fotos para facilitar, por exemplo, a identificação de criminosos pelas vítimas.
Cerca de 230 homens da Força Nacional, entre policiais militares, civis, bombeiros e peritos, estão em Alagoas desde junho de 2012 como parte do programa Brasil Mais Seguro, parceria entre governos federal e estadual para diminuir o número de mortes em Maceió e Arapiraca --segunda maior cidade do Estado.
Rixa
Subordinada à Secretaria Nacional de Segurança Pública, a Força Nacional é formada por policiais de vários Estados, que recebem, além dos salários regulares em seus Estados, diárias superiores a R$ 200. O investimento total do governo federal em Alagoas é de R$ 25 milhões.
A presença da Força Nacional, contudo, provoca rixa com policiais locais. Todos desempenham as mesmas funções, afirmam, mas o trabalho da tropa federal é "mais valorizado", devido ao pagamento das diárias, dizem PMs ouvidos pela Folha em Maceió. O salário inicial de um soldado da PM em Alagoas é de R$ 1.047,65.
Para o secretário da Defesa Social de Alagoas, Dário Cesar Cavalcante, é "natural a insatisfação do servidor público com o salário". Por isso, diz ele, o governo alagoano tem bonificado policiais que apreendem armas em operações contra o crime.
São pagos de R$ 250 a R$ 450 por arma apreendida, a depender do calibre. Cerca de 70 armas são apreendidas por mês, segundo relatórios da PM enviados ao Ministério Público.