Alagoas

Presidentes de entidades municipalistas definem mobilização nacional

Representantes se reuniram durante todo o dia na AMA<br />

Por AMA 30/04/2013 19h07
Presidentes de entidades municipalistas definem mobilização nacional
Os municípios precisam de uma atitude. Diante dos gravíssimos números da seca, os presidentes das entidades municipalistas do Nordeste se reuniram durante todo o dia, nesta terça-feira, dia 30, na Associação dos Municípios Alagoanos (AMA). Durante o encontro, os presidentes discutiram a realidade que é uma só: o sofrimento dos Estados nordestinos por causa da pior seca dos últimos 50 anos e a crise nas prefeituras com a queda do repasse do FPM. Foram definidas as datas de uma mobilização estadual e outra nacional para pressionar o governo federal.

No dia 13 de maio as associações municipais realizarão uma mobilização em seus respectivos estados, reunindo todos os prefeitos. A ideia é apresentar o material produzido pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), como cartilhas, folders e todo o material gráfico utilizado para divulgação do ato. No dia 14 de maio, a mobilização nacional pretende levar todos os presidentes das associações municipalistas para Brasília, onde eles estregarão para Casa Civil, Senado e Câmara um documento oficial com todas as reivindicações. ( confira abaixo a Carta de Maceió)

Para o presidente da AMA, anfitrião da reunião, Marcelo Beltrão, os municípios precisam de uma autonomia maior. “Os municípios estão em alerta e é preciso tomar atitudes em bloco, para dar mais força as prefeituras”, afirmou.

Outra solicitação é a criação do Fórum Permanente de combate aos efeitos e convivência da seca. “A tecnologia está tão avançada que esta seca já era prevista. A presidenta Dilma divulgou muitas ações, mas elas estão chegando devagar nos municípios. É preciso ter ações que previnam esse acontecimento natural”, afirmou o representante de Sergipe.

Estiveram presentes na reunião o deputado federal Renan Filho; o tesoureiro da AMA, Fernando Pereira; a presidente da União dos Prefeitos da Bahia (UPB), Quitéria Mendes de Jesus; o presidente da Associação dos Prefeitos do Estado do Ceará (APRECE), Adriana Pinheiro Barbosa e vice Expedito Nascimento; o presidente da Federação das Associações de Municípios da Paraíba (FAMUP), Rubés Germano Costa; presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (AMUPE), José de Coimbra e o tesoureiro da entidade, o prefeito Eduardo Toledo; representante da Associação Piauiense de Municípios (APPM), Francisco Pedro; presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Norte (FEMURN), Luiz Benes Leucádio; o vice-presidente da Associação dos Municípios da Barra do Cotinguiba e Vale do Japaratuba (AMBARCO) de Sergipe, Fernando Lima; presidente da Associação dos Municípios da Região Centro Sul de Sergipe (AMURCE), Antônio de Fonseca; presidente da Federação dos Municípios do Estado de Sergipe, Antônio Fernandes Rodrigues e , representando a CNM,os técnicos Elena Garrido e Eduardo Stranz.

Confira a CARTA DE ALAGOAS:

Os presidentes das Entidades Municipalistas do Nordeste, diante do quadro duríssimo por que passa a população Nordestina, que enfrenta a pior seca dos últimos 50 anos, reconhecem as ações implementadas, até agora, entretanto lamentam a não inclusão dos municípios como agentes executores e demonstram sua insatisfação diante da falta de respostas do Governo Federal a reivindicações já feitas e que, se implementadas, já poderiam ter mudando a triste e cruel realidade por que passam quase 10 milhões de pessoas de forma direta.

Atualmente mais de 1.400 municípios de nove Estados já declararam situação de emergência em 2013, representando 22% das cidades brasileiras.

O cenário de miséria, fome e perdas na agropecuária continua inalterado, impactando negativamente em todo o país, pressionando o índice inflacionário e provocando o desabastecimento de produtos da cesta básica, mesmo com as chuvas ocasionais que têm caído em parte no Nordeste. Além dos prejuízos nas lavouras e criações, a demanda assistencial tem aumentado sem contrapartida financeira. Pelo contrário, o Fundo de participação dos Municípios- FPM, já é menor que o mesmo período de 2012, em contraponto ao aumento constante dos compulsórios.

Os presidentes das Entidades reivindicam mais desburocratização, ações emergenciais e estruturantes, em parceria com os municípios, para que os mesmos passem de meros expectadores a agentes ativos desse processo e possam devolver ao Nordeste e sua brava gente, opções de vida, trabalho e a oportunidade de contribuir com o desenvolvimento da Nação.

Nas ações emergências os municípios reivindicam:

- LIBERAÇÃO IMEDIATA DE RECURSOS FINANCEIROS, CORRESPONDENTE A, NO MINIMO, UMA COTA MÉDIA DO FPM DE 2012, VIA CARTÃO DE PAGAMENTO DA DEFESA CIVIL;

- LIBERAÇÃO DE RECURSOS DE TODOS OS CONVÊNIOS E CONTRATOS DE REPASSE JÁ CELEBRADOS ENTRE O GOVERNO FEDERAL COM OS MUNICÍPIOS NORDESTINOS E QUE SE ENCONTRAM BLOQUEADOS E/OU INSCRITOS EM RESTOS A PAGAR DESCONSIDERANDO A INSCRIÇÃO NO CAUC;

- SUSPENSÃO IMEDIATA DAS EXECUÇÕES JUDICIAIS DE PRODUTORES;

CONTRATAÇÃO DE CARRO PIPA PELO MUNICÍPIO COM A DISPONIBILIZAÇÃO DE ESTAÇÃO MÓVEL DE TRTAMENTO DE ÁGUA PARA CUMPRIMENTO DA PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 1/2012/MI/MD.

- PERFURAÇÃO, INSTALAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE POÇOS ARTESIANOS;

- COMPRA DE RAÇÃO ANIMAL;

- CONTRATAÇÃO DE HORAS MÁQUINA PARA DESASSOREAMENTO, CONSTRUÇÃO E AMPLIAÇÃO DE AÇUDES;

-REPRESENTAÇÃO DOS MUNICÍPIOS NA FORÇA NACIONAL DE MERGÊNCIA/SECA.

Nas ações estruturantes, implantação de uma política pública de convivência com os efeitos da seca priorizando:

- APRECIAÇÃO DOS PLANOS DE TRABALHO A SEREM APRESENTADOS PELOS MUNICÍPIOS PARA AÇÕES HÍDRICAS E DE MANUTENÇÃO DO REBANHO;

- CONSIGNAÇÃO PERMANENTE DE RECURSOS DO ORÇAMENTO DA UNIÃO POR MUNICÍPIO, DURANTE CINCO ANOS, PAR A AÇÕES DE CONVIVÊNCIA COM A SECA;

- CRIAÇÃO DE UM PROGRAMA FEDERAL PARA O CULTIVO DE FORRAGENS DE FORMA ESTRATÉGICA PARA SERVIR COMO RESERVA ALIMENTAR;

-DESTINAÇÃO DE PARTE DOS RECURSOS DO PAC/SECA SEJAM CONTRATADOS DIRETAMENTE COM OS MUNICÍPIOS.

Assinam: Marcelo Beltrão, AMA ; Quitéria Mendes de Jesus, Presidente UPB; Adriana Pinheiro Barbosa,Presidente APRECE; Gilliano Fred Nascimento Cutrim, Presidente FAMEM; Rubéns Germano Costa,Presidente FAMUP; José de Coimbra Patriota Filho, Presidente AMUPE; Arinaldo Antônio Leal, Presidente APPM; Luiz Benes Leucádio, Presidente FEMURN; Antônio da Fonseca Dória,Presidente AMURCES ; Antônio Fernandes Rodrigues, Presidente FAMES; Fábio Henrique Santana,Associação Dos Municípios Da Barra Do Cotinguiba E Vale Do Japaratuba e Aguifaildo Lira Dantas,Presidente AMSSEC.