Alagoas

Caso Bárbara: em Juízo, Ministério Público pede para ouvir testemunha

Tiago deverá prestar depoimento ainda esta semana 

28/05/2013 14h02
Caso Bárbara: em Juízo, Ministério Público pede para ouvir testemunha
Reprodução/Facebook
O Ministério Público Estadual de Alagoas vai ouvir, já em Juízo, no início da fase de instrução criminal, Tiago Handerson de Oliveira Santos, jovem que acusa a prima, Vanessa Ingred da Luz, de ter sido a autora intelectual da morte da estudante Bárbara Regina, que desapareceu de uma boate, em Maceió, em setembro do ano passado. O promotor de Justiça do caso, Marcus Mousinho, e o juiz responsável pela ação penal, Maurício Breda, ouvirão Tiago em local, horário e data que serão mantidos sob sigilo para não atrapalhar o andamento do processo.

A oitiva de Tiago Handerson de Oliveira Santos acontecerá através do procedimento chamado de produção antecipada das provas consideradas urgentes, um mecanismo previsto no artigo nº 366 do Código de Processo Penal, que pode ser utilizado pela Justiça, caso algum réu esteja foragido, como é a condição atual de Otávio Cardoso da Silva Neto, apontado como executor de Bárbara Regina. “Vamos ouvi-lo primeiro porque, segundo a Polícia Civil, ele está ameaçado de morte dentro do sistema prisional. Além disso, foi o Tiago quem denunciou a Vanessa, acusou-a de ter sido a mentora do assassinato e ainda confirmou que o Otávio foi o autor material”, informou Marcus Mousinho.

Tiago deverá prestar depoimento ainda esta semana. A data, o horário e o local serão definidos, em comum acordo, pelo juiz que está respondendo pela 8ª Vara Criminal da Capital, Maurício Breda, pelo promotor Marcus Mousinho e pela polícia, que também quer acompanhar a oitiva. Todavia, não será divulgado o dia em que o primo de Vanessa será ouvido porque as autoridades envolvidas no caso querem manter sigilo a respeito do assunto.

“É preciso esclarecer que o inquérito fora concluído em 2012 e que, ainda no ano passado, nós oferecemos denúncia contra os dois homens acusados da materialidade do crime, o Otávio Cardoso da Silva Neto e o Moab Balbino. Por conta da nossa denúncia, a Justiça até decretou as prisões deles. Só que, infelizmente, o Otávio continua foragido. Entretanto, como a polícia anunciou que teria encontrado a mandante do homicídio, novas diligências precisaram ser feitas e sentimos a necessidade de ouvir, já em Juízo, o depoimento do Tiago. E este último procedimento pode ocorrer durante o trâmite do processo através da produção de prova antecipada, haja vista que ele não foi citado na ação penal”, detalhou o promotor de Justiça.

Aditamento à denúncia

Se o Ministério Público entender que, no depoimento de Tiago Santos, há indícios suficientes que apontem Vanessa Ingrid como autora intelectual da morte de Bárbara Regina, novas pessoas serão ouvidas. “Poderemos ouvir a própria acusada e, também, os familiares da vítima. Isso acontecerá, se for o caso, nas investigações que estamos fazendo antes de incluir um novo réu na ação. Portanto, se ficar comprovada a versão apresentada pelo Tiago, que acusa a prima de ter pago o Otávio para matar a Bárbara, faremos um aditamento à denúncia e pediremos, também, a condenação dela”, explicou Mousinho.

Vanessa Ingred está presa acusada de envolvimento na morte de Franciele Rocha, crime praticado em 14 de fevereiro deste ano, no bairro da Serraria. Franciele foi queimada viva e seu corpo foi encontrado, seminu, nas proximidades do Conjunto José Tenório. Na mesma semana do crime, Vanessa foi presa, no município de Estrela de Alagoas, por equipes da Delegacia de Homicídios. A polícia recebeu informações de que a acusada estaria se escondendo na casa de parentes no interior. De acordo com as investigações policiais, ela encomendara o assassinato porque a vítima teria se envolvido com um ex-namorado seu. Vanessa também é apontada como chefe de um esquema de prostituição em Maceió.

O caso

A estudante Bárbara Regina, de 21 anos, desapareceu em setembro de 2012, após ter saído da boate Le Hotel, no bairro da Pajuçara. O circuito interno de câmeras do estabelecimento comercial conseguiu filmar a universitária deixando o local na companhia de um homem que, alguns dias depois, foi identificado como Otávio Cardoso.

No mês seguinte, a jovem foi dada como morta pela Polícia Civil que, após concluir o inquérito, apontou Otávio Cardoso e Moab Balbino como os assassinos da universitária.

Em abril deste ano, Tiago Santos, que também foi preso por envolvimento na morte de Franciele Rocha, surgiu com um novo depoimento e acusou a prima, Vanessa Ingrid, de ter mandado matar a estudante Bárbara Regina. A Polícia Civil realizou uma coletiva e permitiu que Tiago fizesse as acusações. Segundo ele, Vanessa lhe contara que Bárbara era uma das garotas de programa de seu site e que a vítima estaria devendo dinheiro à aliciadora.

Ainda segundo Tiago, Otávio Cardoso foi contratado por R$ 1 mil em cocaína para assassinar a universitária. Bárbara teria sido esquartejada e queimada e, seu corpo, deixado num canavial na Mata do Rolo, município de Rio Largo.