Alagoas

Audiência discute demarcação da Terra Indígena Xukuru-Kariri em Palmeira dos Índios

Ação civil pública foi impetrada contra a União e a Funai 

18/09/2013 12h12
Audiência discute demarcação da Terra Indígena Xukuru-Kariri em Palmeira dos Índios
Angelo Farias/7Segundos
Da Redação

Uma audiência de conciliação está sendo realizada desde às 10h desta quarta-feira (18), na sede do Fórum da Justiça Federal, em Arapiraca, para discutir a demarcação da Terra Indígena Xukuru-Kariri em Palmeira dos Índios. O Ministério Público Federal (MPF) impetrou uma ação civil pública em desfavor da União e da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), pugnando pela condenação dos demandados à obrigação de fazer a demarcação física da terra.

Mais de 70 índios aguardam o final da audiência em frente à sede do prédio. Para a reunião, foi formada uma comissão com representantes indígenas que estão discutindo o processo demarcatório com representantes da Funai e do MPF; a audiência – realizada para tentar resolver o problema de forma pacífica – é presidida pelo juiz federal Antônio José Carvalho Araújo.

O MPF entrou com a ação para que a União e a Fundação sejam obrigados a fazer a demarca-ção física da Terra Indígena Xucuru Kariri, nos termos da Portaria do Ministro da Justiça nº 4.033, de 15.12.2010, e concluir o processo de demarcação, inclusive com a desintrusão dos atuais posseiros da área.

Levantamento fundiário

Em agosto, a Funai suspendeu o levantamento fundiário da Terra Indígena Xukuru Kariri. Por meio do memorando nº 876, do Departamento de Proteção Territorial, despacho, a Fundação alegou falta de recursos para a execução do trabalho.

O levantamento fundiário é parte do processo demarcatório, ao lado dos estudos antropológicos e ambientais. O objetivo é analisar quantas proprie-dades estão dentro da terra indígena, seus donos, registros em cartório, cadeia dominial e se as ocupações são de boa ou má-fé. Com a suspensão do trabalho, o procedimento de demarcação está paralisado.

Há 34 anos os Xukuru Kariri lutam pelas terras do povo. A primeira retomada ocorreu em 1979. Os indígenas batalham por sete mil hectares, sendo que o primeiro levantamento da Funai dava conta de 36 mil hectares. A redução ocorreu de forma paulatina.

Para o índio Massakali Xucuru Kariri, a terra é deles por direito. “Lutamos por sete mil hectares, mas só temos 1500 hectares divididos para mais de três mil índios”, afirmou.