Alagoas

Nelsinho Silveira: talento arapiraquense em dose dupla, aquele que canta e faz rir

Ele tem como principal referência de artista o pai, o Palhaço Biribinha

22/09/2013 07h07
Nelsinho Silveira: talento arapiraquense em dose dupla, aquele que canta e faz rir
7Segundos
Kamylla Lima

Um duplo talento. Nelson Alves da Silveira Melo, 36 anos, ou apenas Nelsinho Silveira. Quem já viu, sabe muito bem da sua maior característica no palco: a mudança de voz. Ele sai de Alcione vai para Calby Peixoto com uma facilidade de causar inveja. Artista pelo sentido mais amplo da palavra, além de cantar e imitar, o tímido – assim se classifica – ainda é palhaço, o Mixaria, que não economiza na hora de fazer rir.

O terceiro entrevistado da série “Arapiraca: Inspirando e fazendo arte” é o filho do palhaço Biribinha e de Olga Soares - que encantou os arapiraquenses nos nostálgicos tempos da Jovem Guarda -, não poderia renegar o talento. Tudo começou naturalmente. Com os pais artistas, a intensa movimentação de boas referências o fez pedir um violão. Para aprender, usou revistas e seguiu sozinho. Mas quando a primeira música que se toca é Chão de Giz, boa coisa é de se esperar. E a voz superou o instrumentista.

O garoto de 18 anos, que nunca estudou música, colocou o violão nas costas pela primeira vez e saiu no antigo Victor’s Churrascaria, em Arapiraca, pedindo uma chance para cantar. Deu canja (e aqui estava Chão de Giz novamente, a primeira a cantar em um palco), foi aplaudido e contratado para outras noites. Chegando a ganhar R$ 40,00 por mais de quatro horas de show e tempos depois ainda dividindo o cachê com o baterista, hoje ele vive de ser artista.

Já na primeira vez que se apresentou na noite, a mudança de voz já impressionava. “Fiz a voz grave a aguda. Foi sucesso. Terminei a primeira e pediram outra”, relembra ao admitir que nunca tinha usado o recurso antes. E deu certo. “No bar, o cara está bebendo e não quer saber do músico. Apesar de não ser famoso, sou um artista. Sempre senti a necessidade das pessoas prestarem atenção em mim e quando mudava a voz, sentia que estava sendo reconhecido”, explica.

Achavam que era playback

Quem hoje vê Nelsinho no palco nem imagina que ele chegou a tocar em supermercado e até a fazer aposta com os clientes, que desacreditavam na sua capacidade de mudar a voz. E foi assim, de dificuldade em dificuldade, que ele foi tentando se aprimorar – tentou tocar teclado, com o hoje amigo Marcelo Júnior, mas não gostou, achava que não levava jeito – que nasceu um orgulho para Arapiraca.

Há oito anos, ele montou uma banda. Desde então, é presença certa para tocar em casamentos e formaturas, onde a animação é a principal característica. Em 2000, gravou um CD e 2008, um DVD. Mesmo assim, os projetos não param: ele pretende continuar com o projeto de São João, a band Forró Invocado, há o projeto de mais um DVD, além de show com as imitações dos cantores que ele mais gosta.




























O que se pode esperar dele é sempre o melhor. Versátil, com a banda toca até funk, mas o que gosta mesmo é “música velha”. Ele vai de Waldick Soariano a Cartola, sem deixar de lado uma de suas referências pela obra, Djavan.

Vida de Palhaço

Quem vê Nelsinho, casado e com um filho de três anos, o Pedro, de três anos, nem imagina que ele faz rir, e muito. O Mixaria, seu nome de palhaço, se juntou ao Mixuruca, seu irmão Juninho Silveira e, juntos, já levaram o nome de Arapiraca para a televisão, em programas como o Silvio Santos e o Domingão do Faustão, de onde saíram vitoriosos do quadro “Se vira nos 30”.



A Turma do Biribinha, onde pai, filhos e madrasta se juntam e realizam apresentações em diversos festivais – inclusive na Europa, é o outro lado de Nelsinho, que ainda é coordenador da Escola de Circo de Arapiraca. Com o pai, sua principal referência de artista, a iniciação no humor foi quase automática, mas a gratidão também surge natural, próprio de quem ama. “Minha referência de artista é mesmo o meu pai, não tem nem para onde”, afirma.

Homenagem de Nelsinho ao Pai, confira AQUI o vídeo.