Produtores não acreditam que Micaraca volte a acontecer

As batidas envolventes da axé music junto às coreografias sensuais dos foliões. Parte das pessoas usa camisas iguais e caminha atrás de um trio elétrico - amparadas por duas cordas. Outra parte do público anda pelas mesmas ruas, segue o mesmo trio, mas é intitulado de “pipoca”. Assim era a Micaraca. Igual a qualquer outra micareta realizada nos anos 90 – década em que as festas de rua fora do carnaval eram febre no Brasil inteiro. Essa essência da folia, de acordo com um dos ex-organizadores do evento, Amadeu Correia, se perdeu. É o que ele justifica para não voltar a realizar o evento.
A volta do Maceió Fest, dez anos após a última edição na capital alagoana, reavivou a discussão em Arapiraca do retorno da micareta. Para Amadeu, “a festa em si perdeu a essência”. “Eu não vejo muita esperança que volte”, acrescentou. Para justificar a visão pessimista, ele coloca como exemplo o enterro de outros eventos similares. “Só restaram poucas e, ainda assim, algumas são indoor (em locais fechados), como o Pré-Caju. A tendência é essa: as festas devem ser realizadas em lugares fechados”, explicou Correia, organizador do bloco Azul e Branco.
Festa boa precisa também de atrações de peso. E elas vinham marcando presença constante nas Micaracas. O encontro de trios era um dos pontos altos da festa, que saía da Avenida Governador Lamenha Filho e seguia até o início da Rua Marechal Deodoro. E para o não retorno da festa, Amadeu também destaca o lado financeiro. “As pessoas não vão prestigiar como antes e isso pesa no quesito financeiro”, ponderou. Ivete Sangalo e seu cachê estratosférico eram presença certa na maior cidade do Agreste, assim como artistas de renome nacional do seguimento axé, Chiclete Com Banana e Asa de Águia.
“Em um local fechado, é melhor para o organizador do evento monitorar tudo. Além do que, nas ruas, apenas o ambulante ganha com a venda de bebidas”, explicou. “Outra questão que pesa em todo o país é a violência. Isso não é um problema apenas de Arapiraca”, completou.
Enquanto os produtores veem com olhos distantes o retorno da Micaraca, os antigos foliões lembram com saudade dos dias de festa. Relembrando o velho ditado de que o melhor da festa é esperar por ela, o radialista Jadson Araújo, 30 anos, contou que “o pessoal passava o ano inteiro esperando a micareta chegar”. Para ele, o axé music “perdeu um pouco de espaço, mas isso não é motivo para acabar com a folia, já que muita gente sai de Arapiraca para ir ao Pré-Caju. Se fosse indoor daria certo de novo”, afirmou.
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