Quem entra na Casa dos Velhinhos, no bairro Baixa Grande, em Arapiraca, encontra um clima é de tranqüilidade e silêncio. O imóvel, nem parece abrigar cerca de 40 pessoas. Todos idosos. Flores, espaços ventilados e amplos. Tudo em ordem e muito limpo. Manter o serviço, no entanto, está cada vez mais difícil: sobram contas para pagar.

Mensalmente, a Associação de Assistência São Vicente de Paulo, mais conhecida como a Casa dos Velhinhos tem despesas na ordem de R$ 30 mil. Os gastos são referentes ao pagamento dos trabalhadores da casa, 18, ao todo, além do que é destinado à alimentação que é toda feita na casa, energia elétrica, fraldas geriátricas, transporte, medicação e demais itens essenciais para atender aos internos.

Para a administradora da casa, Josefa Marques Pereira, as doações são uma forma de amenizar as dificuldades. Hoje, os recursos disponíveis são referentes ao próprio benefício do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) recebido pelos idosos internos. “O benefício é todo usado para eles, mas não é suficiente”, ratifica.

Também há contribuições esporádicas. No entanto, hoje, apenas três empresas são colaboradoras fixas, a Casa de Saúde e Maternidade Nossa Senhora de Fátima, o Grupo Coringa e a Century Arapiraca.

Josefa explica que a maioria dos idosos tem problemas de saúde avançados, anda de cadeira de rodas e precisa de uma assistência integral para ter suas necessidades básicas atendidas com dignidade. “Aqui, é aquele entra e sai direto. Um vai pro hospital, o outro vai fazer exame. A gente se desdobra para dar atenção a cada um”, diz.

Outro dado relevante é que muitos são provenientes de famílias de baixa renda que não podem cuidar deles em casa. Além disso, quase todos não têm filhos, sendo que dez deles não possuem qualquer referência de família,

Atualmente, a Casa dos Velhinhos tem a necessidade urgente de um veículo próprio. O vice-presidente, o empresário Cícero Galdino, expôs que um político, cujo nome ele não quis dizer, prometeu o carro, mas até hoje não o entregou. “Quando os idosos precisam sair, acabam usando o serviço de táxi”, disse.

As fraldas geriátricas são outro produto cuja demanda é alta diariamente. “Fraldas são muito necessárias aqui”, enfatiza a diretora da organização.

Lazer

Os internos também têm momentos de lazer. Quando a reportagem do Portal 7Segundos chegou a casa, um grupo de estudantes do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Alagoas realizava uma oficina de pintura com um grupo de idosos da Casa dos Velhinhos, como parte da disciplina Saúde do Idoso, ministrada no curso.

A aluna Débora Santos, de 22 anos, explica que trabalhar com eles exige ainda mais dedicação. “É um público diferenciado. ‘Que exige muita paciência”, disse.

Por outro lado, as estudantes frisam a satisfação de desenvolver ações com pessoas da terceira idade. “É muito gratificante vir pra cá”, afirmou a futura enfermeira, Gabriela da Silva, de 20 anos.

Doações

Quem tiver interesse em realizar doações pode deixar a contribuição na entidade ou depositar ou transferir para as contas bancárias da Casa, no Banco do Brasil (agência 0542-8; conta 2186-5) ou na Caixa Econômica (agência: 056; operação 013; Conta 29846-5).

Também é possível ser sócio-cooperado (hoje, a casa conta com 200), sendo necessário apenas preencher uma ficha no local e fazer a contribuição mensalmente.

Visitas

Como alguns internos não recebem nenhuma visita, a diretora Josefa Marques destaca a importância de as pessoas irem lá para vê-los e conversar com eles. “Eles gostam de visitas já que a maioria, por causa da saúde frágil, não pode sair”, diz. As visitas são abertas às quintas-feiras e aos domingos, das 14h30 às 16h30.

Mais informações:

Casa dos Velhinhos

Rua Expedicionários Brasileiros, 1156

Bairro Baixa Grande

Tel.; 82 3521 2746